Vandalismo em São Paulo. Depois de invadirem fazendas na Bahia, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) escolheu como alvo lojas de vinho do grupo Salton. A vandalização do estabelecimento chamado Enoteca Família Salton fica na avenida Pacaembu (zona oeste de São Paulo).
Ao chegar à loja, o braço feminino do MST começou a atirar latas de tinta vermelha na fachada da Salton, gritando palavras de ordem contra o agronegócio.
Segundo o MST, o Salton “lucra com a fome e violência.
A ação do movimento ocorreu na quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, após três produtoras de vinho do Rio Grande do Sul serem acusadas de manter operários nordestinos, que atuariam nas fazendas em regime de escravidão. A denúncia foi feita por uma empresa que presta serviço terceirizado para as vinícolas Aurora, Cooperativa Garibaldi e Salton.
Os acusados negam a prática criminosa.
“Jamais silenciaríamos nem deixaríamos de adotar medidas concretas para enfrentar o fato ocorrido em nossa região”, divulgaram representantes do setor.
Vandalismo: MST dá sua versão
Este é o relato publicado no site do MST no Dia Internacional da Mulher.
“Na tarde desta quarta (8), dezenas de Mulheres Sem Terra se reuniram para realizar um protesto em frente à sede da empresa Salton, na capital paulista.
Com palavras de ordem e intervenções, o coletivo reforçou a denúncia pública contra as vinícolas ligadas à contratação de mão de obra análoga à escravidão, de trabalhadores nordestinos resgatados na última semana, em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul – envolvendo as empresas Salton, Aurora e Garibaldi.
A mobilização integra as atividades da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra, que tem como foco principal, as denúncias contra o patriarcado e as diversas violências praticadas por ruralistas do agronegócio.”