À sombra da miséria e hiperinflação, o governo da Argentina lançou o dólar Vaca Muerta, especialmente para as exportações de gás xisto – e para tentar vencer as eleições de outubro
Com o avanço galopante de Javier Milei na corrida presidencial argentina, o governo de Alberto Fernández decidiu não disfarçou seu desespero em tentar arrancar votos do único candidato real de direita nas eleições deste ano.
Com mais de 40% na linha da miséria e hiperinflação de três dígitos, o ministro da Economia e candidato da situação, Sergio Massa, anunciou a chegada de uma nova cotação do dólar: o “Vaca Muerta”, batizado com o nome da segunda maior bacia de gás xisto do mundo.
Segundo Massa, a taxa cambial foi criada para frear as tensões do mercado da commodity e deve durar 60 dias. Ou seja: até aproximadamente o final da disputa eleitoral no país.
O ministro até já confessou o “crime”: “ O objetivo é chegar às eleições de outubro com estabilidade em dólares financeiros, aproveitando o recorde de produção dos hidrocarbonetos”, afirmou.
Vaca Muerta será iugal ao Dólar Soja
De acordo com as explicações do governo argentino, o câmbio será semelhante ao “dólar soja” – outra das inúmeras cotações utilizadas pelo país vizinho para o comércio exterior.
Durante dois meses, um dólar Vaca Muerta terá uma taxa superior, com objetivo de que 25% das exportações de xisto sejam negociadas à vista. Já os 75% serão manejadas de acordo com o Mercado Único de Câmbio Livre (MULC).