Protestos de fazendeiros já afetam decisões sobre o clima na União Europeia
Os agricultores europeus têm um forte motivo para comemorar. Embora as medidas contra o agro não tenham sido excluídas da cartilha da União Europeia, os integrantes que ditam as regras no bloco sentiram a pressão exercida pelos fazendeiros nos últimos meses.
A prova do “relaxamento” apareceu na mais recente resolução da comissão que busca soluções para reverter as mudanças climáticas. Os líderes decidiram reduzir as medidas contra a produção de alimentos na Europa, mesmo com a manutenção do programa que tenta reduzir 90% das emissões de gases poluentes nos próximos 16 anos.
Após a ocupação e bloqueio de estradas em 10 países desde dezembro, o comissário europeu para ação climática, Wopke Hoesktra, já admite que o bloco deve adotar uma postura menos radical.
“Precisamos ter certeza de que temos uma abordagem equilibrada. A grande maioria dos nossos cidadãos percebe os efeitos das mudanças climáticas, quer proteção, mas também está preocupada com o que isso implica para sua subsistência”.
A declaração do parlamentar holandês se refere ao texto final da proposta de redução dos causadores do efeito estufa, que retirou do programa parte das recomendações que afetam diretamente a produção agrícola da União Europeia.
União Europeia sentiu o bloqueio de estradas
Desde o final do ano passado os bloqueios de estradas comandados por fazendeiros já atingiram até o momento Alemanha, França, Holanda, Bélgica, Suíça, Itália, Hungria, Polônia, Romênia e Grécia. Eles exigem medidas de apoio que barateiam os custos de produção, fim do acordo com o Mercosul e alívio de medidas radicais ligadas às mudanças climáticas.