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Tudo o que você perdeu enquanto Lula taxava Shein e Alliexpress

Tudo ao mesmo tempo em todo lugar: com soberania em risco, Brasil pode integrar grupo de países afetados pela “diplomacia da dívida” chinesa.

Durante a semana em que Lula foi à China, os debates esquentaram  sobre os impostos aplicados ao e-commerce de lojas como Shen, AliExpress e Shopee.

Enquanto isso, enquanto éramos distraídos, foram firmados oficialmente pelo menos 15 acordos entre os governos do Brasil e da China.

Um desses acordos, “cooperação na área de comunicação e telecomunicações”, chama a atenção por sua complexidade e possíveis implicações em relação à privacidade dos usuários. Trata-se de um investimento em tecnologias avançadas de controle, incluindo medidas contra VPN.

A China é famosa por adotar medidas autoritárias de controle em relação à internet e à liberdade de expressão, e esse acordo com o Brasil pode ser um indício de que o país asiático quer moldar as regras de como a tecnologia deve ser utilizada em seu país e, possivelmente, em outros locais do mundo.

Em 2016, a China já havia estabelecido um acordo com o judiciário brasileiro: juízes chineses vieram ao nosso país para ministrar treinamentos ao nosso Supremo Tribunal Federal.

Em relação à estratégia geopolítica chinesa para tornar-se a maior potência mundial, há três pilares principais: o desenvolvimento econômico, a influência política e a promoção da sua cultura e valores.

A China tem investido pesadamente em sua economia, tanto interna quanto externa, além de buscar novos mercados e parcerias internacionais.

O país também tem investido fortemente em tecnologia, criando suas próprias empresas e tentando reduzir sua dependência de empresas estrangeiras.

A China tem feito investimentos diretos e indiretos em diversos países ao redor do mundo, buscando aumentar sua influência política e sua capacidade de moldar as regras do jogo em diferentes áreas. Essa estratégia vem sendo chamada de “diplomacia da dívida”, e consiste em oferecer empréstimos a governos estrangeiros em troca de concessões políticas.

Por fim, os chineses têm investido pesado na construção de sua imagem internacional, promovendo sua cultura e valores em diferentes áreas, principalmente em relação à sua política externa.

Tudo o que você perdeu: o que está por trás da cooperação estratégica

Na viagem de Lula à China, além do acordo de cooperação na área de comunicação e telecomunicações, outros 14 acordos foram firmados oficialmente entre os governos dos dois países. Esses acordos abrangem áreas como comércio, energia, infraestrutura, ciência e tecnologia, cultura e esportes.

Entre eles, destacam-se: a construção de duas usinas nucleares no Brasil utilizando tecnologia chinesa; a ampliação da Parceria Estratégica Ampliada China-Brasil 2.0; a criação de um fundo de US$ 20 bilhões para investimentos conjuntos em projetos de infraestrutura; o aumento da exportação de carnes bovina, suína e de aves para a China; e a cooperação em projetos de pesquisa em matemática, além de um intercâmbio de 20 mil jovens entre os dois países.

A adesão do Brasil a essa estratégia geopolítica chinesa pode ter impactos significativos em diferentes áreas da nossa sociedade, colocando em jogo a própria soberania nacional e privacidade dos brasileiros.

Já está na hora do Congresso se mexer, como as cenas de Tudo ao Mesmo Tempo em Todo Lugar, em tempo de evitar o pior.

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