Em entrevista coletiva, Lula afirmou desconhecer existência do Tribunal Penal Internacional, aprovado pela ONU. Em viagem à Espanha ainda neste ano, o mandatário pediu pela condenação de Bolsonaro nessa mesma corte
Embora o Brasil tenha se tornado signatário do Tribunal Penal Internacional (TPI) durante seu primeiro governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou “desconhecer o motivo” pelo qual o Brasil integra o grupo endossado pela ONU (Organização das Nações Unidas) desde 2004.
Como o Paradoxo BR mostrou, o TPI emitiu ordem de prisão contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin em virtude dos crimes de guerra cometidos após a invasão da Ucrânia em 2022.
“Não estou dizendo que vou sair (do TPI). Isso só me apareceu agora, eu nem sabia da existência deste tribunal”, afirmou Lula, durante entrevista coletiva na Índia.
“Sabe, eu só queria saber por que os EUA não é (sic) signatário… por que a Índia não é signatário…por que a China não é signatário e por que o Brasil é signatário. Sabe, eu nem sei se a França é signatário”, reclamou.
Lula pediu por condenação de Bolsonaro no mesmo Tribunal
Apesar de negar a existência do Tribunal Penal Internacional, sediado em Haia, na Holanda, o próprio Lula chegou a pedir que a entidade julgasse o ex-presidente Jair Bolsonaro em virtude da pandemia de covid-19.
Em visita à Espanha em abril deste ano, o petista clamou ao lado do premiê Pedro Sánchez que Bolsonaro “deveria ser julgado em um tribunal internacional” por eventuais crimes cometidos em sua gestão (2019-2022).
“Eu acho que não teve, no mundo, um presidente negacionista como o presidente do Brasil. Um dia esse homem vai ter que ser julgado num tribunal internacional pela chacina que aconteceu no nosso país”, declarou.
Embora reconheça o Tribunal Penal Internacional como válido, os EUA realmente não são signatários da entidade. Em contrapartida, França, Reino Unido, Alemanha e Japão – todos membros do G7 – assinaram o acordo de cooperação com a ONU em 1998.
