Tarcísio tentou convencer Bolsonaro em evento do PL mas encontrou forte resistência com ex-presidente
Em reunião do Partido Liberal nesta quinta-feira (6), em Brasília o ex-presidente Jair Bolsonaro fez um apelo à sua bancada na Câmara para que convençam o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), a adiar por mais algum tempo a votação da matéria, até que a bancada do PL entenda todos os detalhes do texto.
O encontro contou com a participação do governador de São Paulo Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), que tentou convencer Bolsonaro a abraçar a causa. No entanto, nem Bolsonaro, muito menos os deputados, facilitaram a vida do governador.
” A Cãmara…eu conversei com vocês. Nós precisamos ter um dias a mais para chegar a um consenso sobre a reforma”, pediu Bolsonaro, após discursar sobre a necessidade de se estudar melhor a proposta do novo sistema de tributação.
Logo após a fala de Bolsonaro, Tarcísio se manifestou, pontuando que a direita, no caso o PL, não poderia perder a chance de ter participação na aprovação da reforma tributária.
“Um pouco do que eu estava tentando explicar…nós não podemos perder a narrativa – a direita não pode perder a narrativa – de ser favorável a uma reforma tributária. Porque, daí, a reforma é aprovada e quem aprovou?, questionou Tarcísio.
Imediatamente após ponderar que a direita ficaria de fora, em caso de aprovação da PEC, deputados do PL se manifestaram de forma contrária.
“Se o PL estiver unido, ninguém aprova nada” – diz Bolsonaro
“Mas se é ruim para o povo, nós vamos ficar do lado da narrativa?”, perguntou uma da parlamentares
“A grande questão é constituir um contexto”, apontou Tarcísio.
“Se o PL estiver unido, não aprova nada”, interrompeu Bolsonaro, seguido por aplausos dos demais participantes. A intervenção claramente deixou Tarcísio incomodado.
“Eu não estou defendendo a votação no dia de hoje. Eu estou tentando explicar”…
Em seguida, mais uma vez, o governador de São Paulo é cortado.
“O sr. fez os republicanos todinhos aprovar a reforma”, rebateu outra deputada do PL.
“Estou tentando explicar com a maior humildade do mundo arriscado que a direita fique fora da reforma”, concluiu Tarcísio, aparentemente sem boa receptividade dos integrantes da reunião.