Steven Spielberg falou uma verdade que poucos frequentadores da progressista Hollywood gostariam de ouvir: um filme com valores conservadores “salvou o traseiro da indústria cinematográfica” em 2022.
A confidência – não tão secreta assim – foi feita por Spielberg ao próprio protagonista de Top Gun: Maverick, o astro Tom Cruise, no hotel Beverly Hilton durante o almoço oficial que antecede a premiação do Oscar 2023, marcada para 12 de março, no Dolby Theatre, em Los Angeles.
Lançado em 26 de maio de 2022, Top Gun: Maverick já arrecadou (até o final de semana iniciado em 10/2) US$ 1,48 bilhão (algo em torno de R$ 7,5 bilhões), consagrando Cruise com a melhor bilheteria de toda sua carreira aos 60 anos de idade.
Spielberg toca o dedo na ferida de Hollywood
Além de exaltar Top Gun: Maverick, Steven Spielberg tocou no dedo na maior ferida de Hollywood: como voltar a arrecadar após a pandemia, sem apelar por questões identitárias.
Depois de inúmeros fracassos de produções que prometiam muito mais, como Thor: Amor e Trovão, um dos carros-chefes da gigante Marvel/Disney em 2022, Top Gun: Maverick revigorou a indústria cinematográfica com a primeira bilheteria a ultrapassar o US$ 1 bi na fase pós-pandemia, que havia registrado queda de 50% na venda de ingressos em 2021 em comparação ao período pré-covid.
Apesar de ter sido relativamente pouco destacado pela Academia de Ciências e Artes de Hollywood, o sucesso comercial de Top Gun: Maverick foi recompensado com quatro indicações para a premiação máxima do cinema: Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhores Efeitos Visuais.
Por ter socorrido Hollywood em um momento de desespero, até que Tom Cruise merecia a indicação de Melhor Ator.
