Senado x Supremo Tribunal Federal: quem vence a batalha? Durante participação em uma rodada de debates na França, Gilmar Mendes e Rodrigo Pacheco se desentende e decano confirma interferência nas eleições de 2022
Em evento patrocinado pelo Esfera Brasil – um think tank que se diz “apartidário” – neste final de semana, em Paris, na França, o ministro Gilmar Mendes (STF) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), comprovaram que a harmonia entre o Supremo Tribunal Federal e o Congresso é coisa do passado.
Ao debaterem sobre o “despertar do poder Legislativo” com as recentes propostas para limitar a interferência do Judiciário, Pacheco e Mendes divergiram sobre o tema e foram além: o decano da Suprema Corte confirmou interferência nas eleições de 2022.
“Sempre defendi as prerrogativas do Supremo. Isso não significa que estejamos inertes a modificações que possam ser úteis à credibilidade e ao aprimoramento de todos os Poderes, inclusive do próprio Poder Judiciário”, explicou Pacheco, negando qualquer tipo de retaliação às investidas do STF.
Senado x STF e a “eleição de Lula”
Por sua vez, o ministro Gilmar Mendes mostrou que não ficou nada contente com a reação da Câmara e do Senado perante temas que o Congresso pretende retomar para si, como as questões do aborto, marco temporal indígena e porte de drogas. Além disso, Mendes não se acanhou ao ratificar que a eleição de Lula para presidente aconteceu com ajuda do STF.
“Não acho que os Poderes sejam insuscetíveis de reforma, mas as reformas precisam ser pensadas em termos globais. Se tivemos eleição de Lula, isso se deveu a decisão do STF”, afirmou o decano da Suprema Corte.
Além de Gilmar Mendes e Rodrigo Pacheco, o I Fórum Internacional Esfera Brasil contou com as participações do ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, do ministro do STF, Luís Roberto Barroso e de Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.