Em discurso no G20, Lula pediu união dos membros do bloco, e apontou, sem demonstrar provas, que o desastre que afetou 88 municípios do RS foi causado pelo “aquecimento global”. Meteorologista ouvido pelo Paradoxo BR desmente
Apesar de sequer ter sobrevoando as áreas atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou na Cúpula do G20 neste domingo (10), em Nova Déli, prometendo “lutar contra as mudanças climáticas”.
Sem oferecer bases científicas, Lula citou a tragédia que provocou 46 mortos no estado, como exemplo, convocando os líderes do bloco a combater o aquecimento global, além da “fome” e “desigualdade”.
“Essa semana, três dias atrás, no Brasil, um ciclone, no estado do Rio Grande do Sul, matou 46 e tem quase 50 pessoas desaparecidas. Isso nos chama a atenção porque fenômenos como esse têm acontecido nos mais diferentes lugares do nosso planeta”, alertou.
Meteorologista desmente discurso de Lula no G20
Embora diversos institutos de meteorologia já tenham desmentido que o desastre natural que afetou quase 90 municípios foi causado por um ciclone, tanto canais tradicionais da mídia como o governo federal têm mantido a história, apontando as alterações climáticas como responsáveis pelas mortes.
Segundo um meteorologista que pediu anonimato ao Paradoxo BR alegando eventuais represálias, o fenômeno que atingiu o Rio Grande do Sul foi provocado por uma combinação de fatores.
“Não foi um ciclone”, afirma o especialista. “O ciclone afeta as áreas mais costeiras do país, a leste. Já os alagamentos ocorreram bem a oeste do estado”, explica.
De acordo com o meteorologista ouvido pelo Paradoxo BR, o fenômeno que provocou as enchentes é chamado de JBN – ou jatos de baixos níveis. Eles atingem altas velocidades na baixa troposfera, e ganharam força com as áreas de baixa pressão atmosférica vindas da Argentina.
“Temos ainda o El Niño atuando com força – um fenômeno bastante comum – que causa aquecimento acima do normal das águas do Pacífico. Ele provoca uma espécie de distribuição disforme de umidade e calor no Planeta. Portanto, em certas áreas teremos mais seca e em outros pontos, fenômenos como o do Sul, que provocaram alagamentos”, completa.