Em jogo de “cartas marcadas”, Flávio Dino foi pouco pressionado pelos senadores, com destaque para o contraste das questões feitas pelos senadores Sergio Moro e Jorge Seif
A sabatina conjunta de Flávio Dino (STF) e Paulo Gonet (PGR) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado ainda não tem hora para acabar. Entretanto, o rito obrigatório tem sido marcado por diferenças cruciais entre dois senadores, supostamente do mesmo lado, e que conduziram suas participações por uma forte pressão ao ministro da Justiça e Segurança Pública.
A realidade, como ocorreu na sabatina de Cristiano Zanin, em agosto, provou ser diferente.
Jorge Seif questiona Dino
De forma incisiva e eloquente, o senador Jorge Seif (PL-SC) questionou Flávio Dino sobre uma série de temas delicados que a maioria dos congressistas preferiram evitar. Entre eles, falas contra apoiadores de Bolsonaro, omissão no 8 de Janeiro e liberdade de expressão.
“O senhor, em encontro com representantes das empresas de internet, chamou a liberdade de expressão de falcatrua, e ameaçou aqueles que não seguissem a cartilha do Ministério da Justiça de prisão. Agora o senhor vem falar de justiça? Isso é conversa fiada”, declarou.=
Moro de “coração mole”
Após abraçar e trocar confidências com Flávio Dino antes da sabatina, o senador Sergio Moro (União-PR) se concentrou em perguntas técnicas sobre a legislação. Em uma delas até pediu a “opinião” de Dino sobre o aumento no número de assassinatos no país e sobre a eficácia da Lei das Estatais, ignorada na nomeação de cargos no conselho da Petrobras.
Em certo momento, Moro até arriscou uma piada. Ao pedir “moderação” caso seja aprovado para o STF, o senador disse que o “Brasil não poderia se tornar um Fla-Flu”, depois disse “não querer citar o Botafogo”, time de coração de Flávio Dino que perdeu o campeonato brasileiro na reta final.