Depois de almoçar com militares, Lula foi à casa de Luís Roberto Barroso para tentar “estreitar a relação” com o STF
A exemplo de outros encontros “de caráter sigiloso”, ocorridos no decorrer do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dobrou a aposta em tentar cooptar o apoio de militares e do Supremo Tribunal Federal. Governando à base de emendas bilionárias e sem base forte de apoio no Legislativo, Lula tem usado seu poder de “articulação” para conquistar os corações e mentes das Forças Armadas e STF.
Durante toda a terça-feira (19), o esforço do governo Lula foi concentrado em ampliar a aliança com a Suprema Corte, sem deixar de afagar os comandos de Exército, Marinha e Aeronáutica.
Lula: “filé mignon” com as Forças Armadas
O dia começou com a partilha de “amenidades” com as Forças Armadas Brasileiras. Criticados com veemência por Lula desde o início de sua carreira política, os militares voltaram a integrar a agenda de “articulações” do presidente em 2023.
Sem a presença da primeira-dama Janja da Silva (que diz não confiar nos militares), o almoço de “confraternização” foi marcado por um cardápio requintado, com opções variadas: filé mignon, filé de robalo com castanhas e moqueca de palmito. Segundo fontes que estiveram no evento, o clima no Planalto foi de “descontração”.
Lula e STF: aliança reforçada
O “prato principal” da terça-feira em Brasília foi o jantar organizado pelo ministro e presidente do STF, Luís Roberto Barroso. Segundo informações de bastidores, a “confraternização” havia sido planejada em novembro, para discutir “questões institucionais”.
Com dificuldade de aprovar projetos sem que ocorra injeção bilionária de emendas, Lula sabe que precisará contar com a palavra final do Supremo para reverter derrotas no Marco Temporal Indígena e Desoneração da Folha de Pagamento.
De acordo com fontes que compareceram ao jantar, estiveram presentes todos os ministros do Supremo Tribunal Federal, exceto Cármen Lúcia e André Mendonça. Já Lula compareceu à residência de Barroso ao lado de Janja e do recém-aprovado ao STF, Flávio Dino (PSB-MA).
Aproximadamente às 20h30 da terça-feira, Luís Roberto Barroso comentou sobre o jantar para alguns jornalistas que apareceram em frente à sua residência: “Será apenas uma conversa institucional entre os poderes”, afirmou.
