Ricardo Salles pode ser impedido de assumir cargos ligados ao governo federal. Decisão será anunciada pela Comissão de Ética da Presidência da República em 29 de junho
No dia seguinte ao imbróglio envolvendo o deputado federal Ricardo Salles e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, a Comissão de Ética Pública do Governo Lula (CEP) decidiu abrir nesta segunda-feira (5) um processo para investigar acusações de que Salles teria facilitado a exploração de madeira ilegal, supostamente ocorrida durante sua gestão no Ministério do Meio Ambiente do governo Bolsonaro entre 2019 e 2021.
As denúncias á CEP foram feitas por funcionários do próprio Ministério do Meio Ambiente. Segundo o documento assinado pela Associação dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente e do Ibama (Asibama-DF), os funcionários acusam Salles de “difamar deliberadamente a imagem e a honra dos trabalhadores e a integridade dos órgãos como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.”
A partir de agora, a CEP irá investigar se Ricardo Salles cometeu ingerência em operação da Polícia Federal que apurava o comércio ilegal de madeira na fronteira do Pará com o Amazonas em maio de 2020. Salles pediu demissão do Ministério do Meio Ambiente aproximadamente um ano após o incidente, em junho de 2021.
Ricardo Salles: consequências do processo
A próxima reunião do colegiado da Comissão de Ética Pública está marcada para 29 de junho, em Brasília. Segundo o Código da Conduta Ética da Alta Administração Federal, estão previstas sanções que podem impedir Salles de ser nomeado para novos cargos dentro do governo federal.