Com as provas destruídas pelo STF, a Lava Jato finalmente foi extinta pelo sistema. Agora, AGU, Ministério da Justiça – e até a PGR – devem se unir para perseguir os responsáveis por desmantelar o maior esquema de corrupção da história do Brasil
Após a anulação de todas as provas no Supremo Tribunal Federal, referentes ao acordo de leniência da Odebrecht, o próximo passo do governo Lula será conduzir investigações sobre a conduta de juízes, procuradores e outros agentes públicos que atuaram na Lava Jato.
A Advocacia-Geral da União, representada pelo ex-assessor de Dilma Rousseff, Jorge Messias, declarou que todos os “desvios funcionais” dos envolvidos serão apurados.
“Uma vez reconhecidos os danos causados, os desvios funcionais serão apurados, tudo nos exatos termos do que foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal”, afirma o ministro.
Além da AGU, o ministro da Justiça e Segurança, Flávio Dino (PSB-MA) afirmou que irá esperar pela documentação oficial do STF para acionar a Polícia Federal em novas investigações.
Na análise do Paradoxo BR, estes serão os alvos principais que devem ser perseguidos pelas autoridades nos próximos meses.
Sergio Moro (hoje senador pelo União Brasil no Paraná)
Além de conduzir o processo e decretar a prisão de Lula, o ex-juiz federal da 13ª Vara em Curitiba condenou mais de 140 réus no âmbito da Lava Jato. O presidente da República, sem saber que entrevista para sites afiliados ao governo seria divulgada, deixou escapar que, durante seu tempo na prisão da PF em Curitiba, ele só pensava em “fod*r o Moro”.
Deltan Dallagnol – ex-procurador do Ministério Público na Lava Jato
Cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral por razões polêmicas e não previstas na legislação, Dallagnol é desafeto das principais autoridades: desde figuras do governo Lula, passando pela Procuradoria-Geral da República e pelo STF. Em especial, o ministro Gilmar Mendes. Ao lado de Moro, o deputado cassado do Podemos deve ser um dos primeiros a ser enquadrado pelas autoridades.
Carlos Fernando dos Santos Lima – ex-procurador
O ex-procurador da República, Carlos Fernando dos Santos Lima não deve escapar das garras persecutórias de quem chamou a Lava Jato de “germe do fascismo”. Atuante entre 1995-2019, foi crítico, inclusive, do governo Bolsonaro quando as diligências da Lava Jato começaram a diminuir.
Ainda assim, foi feroz crítico do PT até o fim. Em declaração dias antes do segundo turno das eleições presidenciais de 2022, o ex-agente público esclareceu seu pensamento sobre um eventual governo Lula.
“O esquema de controle sistêmico da corrupção posto em prática pelo Partido dos Trabalhadores, centralizando as propinas em grandes players sob contato e supervisão direta dos seus tesoureiros, não encontra correspondência em qualquer outra época ou regime brasileiro”, cravou.
Os outros “alvos” da AGU e da PF de Flávio Dino
Além de Moro, Dallagnol e Carlos Fernando, mais alvos deverão ser “abatidos” pelo petismo no decorrer de 2023. Entre eles estão a juíza que substituiu Moro assim que o paranaense assumiu o Ministério da Justiça, Gabriela Hardt, e o juiz federal carioca, Marcelo Bretas (que “ousou mandar prender o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.