O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu à Câmara dos Deputados ser favorável a mais impostos para quem tem investimentos no exterior
Em mais uma passagem pela Câmara, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou ser favorável a dois projetos de tributação do governo Lula: os offshores e os fundos exclusivos.
Na audiência promovida pela Comissão de Finanças e Tributação, deputados da base governista não perderam a oportunidade de invadir a privacidade de Campos Neto, questionando sobre as finanças particulares do dirigente do BC.
““Sobre a arrecadação de super ricos, sou a favor. Sou a favor da arrecadação com fundos exclusivos, sou a favor da arrecadação com offshore”, declarou Campos Neto, que admitiu ter sugerido uma alíquota maior do que a proposta pela equipe do ministro Fernando Haddad. “Sugeri 10%. 6% eras pouco”, explicou.
Presidente do BC é interrogado por deputados governistas
Ao ser questionado se possuía fundos no exterior, Roberto Campos Neto não refugou.
“As minhas offshores estão registradas no Senado desde que assumi o BC. Tenho offshores há quinze anos, mas nunca as movimentei. Já mostrei todos os certificados, isso já foi resolvido inclusive no STF”, reportou.
Segundo o governo Lula, a taxação das empresas offshores e fundos exclusivos – que a equipe de Haddad chama de “super ricos” – foi reenviada ao Congresso em agosto e tem potencial de arrecadar mais de R$ 7 bilhões em 2024, R$ 6 bilhões em 2025 e R$ 7 bilhões em 2026.