O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates (PT-RN) terá de enfrentar o seu primeiro protesto como dirigente, em menos de 100 dias à frente da companhia. Os sindicalistas da Sindipetro RJ querem reforçar a pressão para suspender a venda de todos os ativos da petrolífera, incluindo a Petrobras Biocombustível (PBIO) e a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG). O evento está marcado para o meio-dia desta quarta-feira (5), em frente à sede da estatal.
Somada ao manifesto sindical no Rio, a lua de mel entre Jean Paul Prates e o ‘presidente’ Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode estar perto do fim.
Informações de bastidores divulgadas pelo jornal O Globo apontam para um descontentamento de Lula com a gestão do presidente da Petrobras.
De acordo com a publicação, aliados do chefe do executivo têm afirmado que Prates ainda não conseguiu colocar em prática os principais projetos do governo federal. Entre eles, a mudança na política de preços da companhia para os combustíveis.
Presidente da Petrobras vive dilema externo com ação da Opep
Além dos problemas internos, Jean Paul Prates terá de tomar decisões cruciais nos próximos dias ligadas ao cenário internacional. Após anunciar que não iria acompanhar religiosamente a variação do mercado, o presidente da Petrobras foi surpreendido com o anúncio da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) em reduzir a sua produção.
Apesar de sua recusa inicial em seguir a política de preços tradicional, Prates deverá ser obrigado a tomar decisões sobre um eventual reajuste dos combustíveis.
De acordo com a Opep, a intenção é começar a reduzir a oferta em maio, com previsão de queda de até 1,6 milhão de barris diários.
A medida, de acordo com os países integrantes, foi uma forma de regular os preços, mantendo a cotação em alta.
Na primeira quinzena de março, o valor do barril do tipo Brente sofreu queda de 4,9%, puxado pelos efeitos da crise bancária na Europa. Esta foi a maio perda dessa commodity desde 2021.