Piso da categoria nasceu no governo Bolsonaro, mas foi comemorado por Lula
Em 4 de setembro de 2022, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, decidiu suspender o piso salarial nacional da enfermagem. estipulado em R$ 4.750, e determinado por sanção do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Barroso acatou uma ação da Confederação Nacional de Saúde, apontando ter visto “risco concreto de piora na prestação do serviço de saúde principalmente nos hospitais públicos, Santas Casas e hospitais ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS), já que os envolvidos apontaram “possibilidade de demissão em massa e de redução da oferta de leitos”.
Sete meses depois – após o Congresso aprovar a PEC da Enfermagem em dezembro passado – o projeto foi devolvido para o legislativo, tomando o lugar, inclusive da leitura do requerimento da CPMI do 8 de Janeiro na terça-feira (18).
Como resultado, o ‘presidente’ Luiz Inácio Lula da Silva saiu como protagonista da história, sancionando no mesmo dia a lei que abre um crédito especial no valor de R$ 7,3 bilhões ao Ministério da Saúde para garantir o pagamento aos profissionais.
Piso da Enfermagem: ministra comemora como se fosse do governo Lula
Além de Lula pegar carona em um projeto que não nasceu em seu governo, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, não se inibiu na hora de comemorar a sanção de Lula, como se fosse de sua autoria.
“É um momento essencial, resultado de um processo criterioso, um compromisso de apoio a estados e municípios. É o compromisso com o SUS e com a valorização da categoria da enfermagem, dos vários profissionais que atuam no campo”, afirmou a ministra da Saúde.
Após vencer as eleições, Lula deu a entender que o piso da enfermagem só foi barrado pelo STF por conta do “orçamento secreto”, que passou oficialmente a ser chamado de “emendas de relator”.
“Se a gente ganhar, a gente vai ter que dar um jeito no Centrão, vai ter que mexer no orçamento secreto, vai ter que cumprir o piso da enfermagem”, prometeu.
