Moraes foi escalado como assistente de acusação no caso em que o próprio ministro do STF é a vítima
A Procuradoria-Geral da República (PGR) entrou nesta segunda-feira (30) com um recurso contra a decisão do ministro Dias Tofolli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que admitiu a entrada do ministro Alexandre de Moraes como assistente de acusação no caso em que ele também é vítima.
Trata-se da agressão supostamente feita por Roberto Mantovani e mais três pessoas contra o filho de Moraes, o também advogado Alexandre Barci de Moraes, de 27 anos.
O incidente ocorreu em 14 de julho, no Aeroporto de Roma, mas até o momento as imagens não foram divulgadas para o público, nem para a defesa da família dos acusados. O ministro Dias Toffoli, relator do caso, decretou sigilo ao material “por envolver a imagem de terceiros”.
Na petição enviada ao STF, a PGR escreve:
“Não se tem notícia de precedente de admissão de assistência à acusação na fase inquisitorial. O relator confere privilégio incompatível com os princípios republicanos da igualdade, da legalidade e da própria democracia”.
Polícia de Roma dá versão diferente sobre a suposta agressão a Moraes
De acordo com relatório policial obtido pelo Estado de S. Paulo junto às autoridades italianas, a cena da suposta agressão teria sido diferente da relatada por Alexandre de Moraes à imprensa e ao próprio STF. Segundo o documento, o acusado de agredir o filho o ministro, o empresário Roberto Mantovani Filho, teria somente encostado “levemente” nos óculos de Alexandre Barci.
O relatório policial também destaque que Alexandre Barci saiu da fila em que se encontrava no Aeroporto de Roma para “interagir verbalmente” com Mantovani e sua esposa.