Pesquisa Industrial Mensal Regional do IBGE divulgada nesta quinta-feira (6) apontou queda de 0,2% na produção industrial brasileira no acumulado de 12 meses, finalizado em janeiro de 2023.
De acordo com o levantamento, houve ainda recuo de 0,3% na média calculada em oito estados no primeiro mês do ano, sendo que os mais atingidos pela crise foram Rio Grande do Sul (queda de 3,4%), São Paulo (3,1%) e Mato Grosso (2%).
Outras praças com perdas expressivas foram Rio de Janeiro (1%), Santa Catarina (1%), Pará (0,4%), Paraná (0,3%) e Bahia (0,2%).
Para o analista do IBGE, Bernardo Almeida, o desempenho da indústria paulista, na comparação de janeiro com dezembro de 2022, foi o que provocou a maior influência sobre o resultado nacional, sendo impactado pelos setores de derivados de petróleo e veículos.
“Podemos observar que, no mês de janeiro, a indústria automobilística costuma dar férias coletivas, e com isso, há queda de produção”, apontou o pesquisador.
“Também há uma certa cautela na produção do setor, já que o desabastecimento de insumos e o encarecimento de matéria-prima vêm causando impacto no ritmo da produção”, explicou.
O levantamento mostrou ainda que o recuo no Rio Grande do Sul, identificado em janeiro, está relacionado ao setor de derivados de petróleo, tirando 1,9% dos ganhos registrados no mês anterior.
De acordo com o estudo do IBGE, o setor de produtos do fumo também exerceu influência negativa sobre a indústria gaúcha.
“Além de ser a maior retração entre os locais investigados pela pesquisa, o resultado negativo da produção do Rio Grande do Sul foi o segundo de maior influência sobre o índice nacional”, diz o IBGE.
Já em Mato Grosso, a queda interrompeu dois meses seguidos de expansão, depois de acumular ganho de 9,3% no período.
“Nesse estado, houve queda na produção de alimentos e, secundariamente, também houve o impacto negativo no setor de bebidas”, apontou Bernardo Almeida.
Pesquisa destaca retomada em poucos estados brasileiros
Apesar do baixo desempenho da indústria no acumulado em 12 meses, nove estados apresentaram melhores desempenhos frente aos índices de dezembro de 2022. Entre eles, Ceará, de -4,9% para queda de 2,9%, Pará de -9,1% para -7,5%), Minas Gerais (de -1,3% para 0,1%) e Amazonas (de 3,8% para 5,1%).
Já Espírito Santo e Pernambuco, trilhando rumo do crescimento, apresentaram expansões de 18,6% e 17,3%, respectivamente. As demais variações positivas ficaram com Goiás (2,5%), Amazonas (2,4%), Ceará (1,5%) e Minas Gerais (0,6%).