PCC estaria infiltrando membros da facção no judiciário, após emplacar agentes nos poderes executivo e legislativo. Atuação da facção nos bastidores da política nacional já é antiga
O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) entrou com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) contra a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A reação do parlamentar acontece após notícias veiculadas pela imprensa sobre as intenções do PCC de ampliar sua influência em todos os poderes do estado brasileiro.
“Entrei com uma representação no Ministério Público Federal pedindo investigações contra o PCC por suposta tentativa dessa facção criminosa de aparelhar a justiça brasileira”, anunciou Gayer, pelas redes sociais.
PCC: ação nos bastidores já é “antiga”
Embora tenha gerado surpresa em parte da opinião pública, a intenção do PCC em emplacar representantes no executivo, legislativo e judiciário não chega a ser novidade.
Em 2018, ano de eleições presidenciais, a BBC Brasil publicou a reportagem “PCC financia igrejas e pode influenciar eleição, dizex-desembargador”.
Em entrevista ao site do canal , Maierovitch afirmou que “o PCC ainda não alcançou o peso econômico de antigos grupos mafiosos italianos ou de cartéis colombianos e marroquinos”. Mas diz que “a facção paulista vem expandido sua atuação e tem força suficiente para influenciar a votação em outubro”.
Já no ano passado, o Correio Braziliense publicou a seguinte história: “Advogados cooptados pelo PCC têm registro ativo na OAB”. Um dos trechos da reportagem descreve a ação nos bastidores de estudantes de direito financiados pela organização criminosa mais perigosa do país.
“Na maior facção do país, o Primeiro Comando da Capital, o “departamento” de apoio jurídico aos faccionados é chamado de “Sintonia das Gravatas”. Dos 54 criminosos denunciados pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) na Operação Ethos, em 2015, por integrar organização criminosa, 39 são advogados. Levantamento feito pelo Correio mostra que, desse total, 35 advogados paulistas continuam com o registro ativo na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) até junho deste ano”.