Paula Belmonte – deputada distrital e convidada de hoje (29) da Paradoxo BR TV no YouTube – afirma que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, foi o maior responsável pelas invasões que aconteceram nos Três Poderes em 8 de Janeiro. Antes de sua participação no programa, ao lado de Steh Papaiano, ela revelou detalhes exclusivos à nossa reportagem
Por Claudio Dirani
A deputada distrital Paula Moreno Paro Belmonte (Cidadania-DF) completou 50 anos na semana passada (23/6) – mas certamente, ela não aparenta a idade. O que ela não só aparenta, como coloca em prática, é uma coragem que muitos parlamentares federais ainda não tiveram.
Usando todas as letras e sentenças da língua portuguesa a qual ela domina como poucos em todas as esferas da combalida política, Belmonte colocou o dedo em riste contra o verdadeiro responsável pela segurança pública brasileira em 8 de Janeiro.
“O que a gente percebe é que houve uma sabotagem”, apontou a deputada. “E aqui eu abro uma linha de investigação. Uma sabotagem do ministro da Justiça, Flávio Dino ao próprio GSI”, ressaltou a deputada, que é empresária e bacharel em administração de empresas pelo Centro Universitário do Distrito Federal (UDF).
Antes de concluir seu raciocínio, entretanto, Paula Belmonte mostra a seus colegas da CPI da Câmara Legislativa do DF sobre o 8 de Janeiro, um vídeo onde um veículo da Força Nacional deixa sorrateiramente a Esplanada dos Ministérios.
“O que está acontecendo aí é a saída da Força Nacional, que é subordinada ao ministro Flávio Dino, facilitando a entrada no Palácio do Planalto, Congresso Nacional e STF”, descreveu a legisladora da capital federal.
Paula Belmonte afirma ter trocado informações com deputados e senadores para que as investigações avancem
Paulistana de nascimento, Paula Belmonte vive em Brasília com o marido, o advogado Luís Felipe Belmonte, e seus cinco filhos, antes mesmo de sua primeira participação no cenário político nacional (2019-2022). Aos mais desatentos, a hoje legisladora do Distrito Federal já ocupou uma cadeira na Câmara dos Deputados, onde em 2021 preferiu se descolar de seu partido, em um momento que a esquerda pregava pelo impeachment de Bolsonaro.
Agora, em 2023, Paula Belmonte parece ser mais efetiva do que muitos parlamentares submissos ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) – o qual a deputada foi favorável na disputa pelo comando da casa contra Baleia Rossi (MDB).
Ao ser questionada pela reportagem do Paradoxo BR sobre a eficiência da CPI a qual ela faz parte, Paula Belmonte espera que seu trabalho possa colaborar com o que tem sido feito – com mais dificuldade ainda – na comissão paralmentar mista de inquérito no Senado e Câmara.
“Estamos na 17ª – e derradeira – semana trabalhando na CPI, antes do retorno em agosto. Estamos conversando com deputados e senadores. A CPI não pode ser repassara para o âmbito federal, e o âmbito federal também tem algumas dificuldades em receber algumas informações em âmbito distrital. Mas estamos fazendo essa troca (de informações). É muito importante que a CPMI avance para uma complementação. Temos um grupo muito pequeno, mas este grupo está unido para dar uma resposta à sociedade”, garante a deputada.
Entre todas as informações apuradas e escancaradas até o momento pela CPI do 8 de Janeiro conduzida no Distrito Federal, Paula Belmonte concorda que já foram colocados todos os pingos nos is sobre a atuação (ou não atuação) do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA).
“Sabemos que o ministro Flávio Dino tinha todas as informações até mesmo antes do dia 6”, garante Paula Belmonte. “No dia 7, o diretor da Polícia Federal (Andrei Passos Rodrigues, nomeado por Dino) esteve com a nossa Secretaria. Tanto é que mandou uma resposta para que o governador (Ibaneis Rocha) tomasse uma decisão. Acontece que o G. Dias disse que em nenhum momento foi chamado e comunicado”, revela.
“Ouvimos do comandante (Jorge Eduardo) Naime que nunca houve uma facilitação tão grande na entrada do Palácio do Planalto… Ouvimos que o ministro da Justiça, mesmo sabendo de todas as situações, não comunicou ao responsável do Palácio do Planalto sobre a segurança. Mas precisamos avançar. Ele (Dino) foi convidado e esperamos que ele venha depor no segundo semestre”, conclui a deputada.
Confira a entrevista desta quinta-feira (29) no Paradoxo BR TV AQUI