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Oposição sofre primeira grande derrota na batalha pela CPMI do 8 de Janeiro

Pacheco

Oposição perde “queda de braço” com líderes governistas. Pacheco cede pressão e adia leitura de requerimento

A CPMI do 8 de Janeiro corre risco de não ser instalada, dois meses após ser protocolada pelo deputado federal André Fernandes (PL-CE).

Conforme o Paradoxo BR adiantou em entrevista com o deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança, a recente composição do superbloco de Arthur Lira (PP-AL) e a total subserviência de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao governo Lula fez com que a leitura do requerimento na sessão conjunta do Congresso, marcada para o meio-dia de hoje, fosse adiada para a próxima quarta-feira (26).

“Como a esquerda e a direita formam opinião, eles (o novo superbloco comandado pelo presidente da Câmara) querem montar uma agenda de trocas. Então, as assinaturas na CPMI do 8 de Janeiro fazem parte dessa agenda, que seriam trocadas com cargos em ministérios e estatais”, falou Luiz Philippe de Orleans e Bragança ao Paradoxo BR.

O pragmatismo do deputado do PL de São Paulo acabaria se materializando, após as lideranças do governo Lula pressionarem Rodrigo Pacheco para o adiamento da leitura, marcada para esta terça-feira.
Entre as “desculpas oficiais” de Pacheco está a de que o Supremo Tribunal Federal já investiga o caso dos ataques aos prédios dos Três Poderes.
“Existe um questionamento da maioria do Congresso (sobre a CPMI)”, desconversou o senador.

O outro argumento usado pelos líderes governistas, entre eles o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), foi da “necessidade” de apreciação do Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) que define o piso nacional dos profissionais de enfermagem.

Ontem, o Paradoxo BR reportou que essa manobra seria usada por congressistas governistas para tentar barrar a CPMI.

O líder da oposição na Câmara, deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), reagiu à decisão de Pacheco em adiar a leitura, criticando a postura do presidente do Senado.

“Rodrigo Pelego se comporta como um despachante de lula”, afirmou Jordy. “Passa por cima do regimento, descumpre sua palavra e desrespeita o Congresso, de que ele pensa ser dono. Nas próximas horas, anunciaremos as ações conjuntas da oposição da Câmara e Senado em resposta aos seus desmandos”, prometeu.

Na semana da Páscoa, Carlos Jordy ainda se mostrava otimista com a leitura do requerimento.

Em depoimento ao Paradoxo BR, o parlamentear carioca ainda acreditava na manutenção da palavra de Rodrigo Pacheco.

“O primeiro vice-presidente do Congresso, deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), foi cogitado para fazer a leitura”, disse Carlos Jordy.
“Porém, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, disse não querer dar a má impressão de que esteja contra a instalação da CPMI. Certamente, ela será lida por ele no retorno da China”, afirmou o líder da oposição

Oposição foi ingênua em não recorrer ao STF, apontam críticos

Nos bastidores do Congresso, existe a queixa de que a oposição falhou em ainda não ter recorrido ao STF para que o regimento fosse cumprido. Pelas regras do legislativo, o requerimento para instalação da CPMI deveria ser lido nesta terça-feira.

Em abril de 2021, o próprio Pacheco se viu obrigado instalar a CPI da Covid-19 no Senado, após o ministro Luís Roberto decidir de forma monocrática pela apuração das “supostas omissões” do governo Bolsonaro na pandemia.

“Hoje o Brasil acompanha em um triste dia de sua história onde o Congresso Nacional foi desrespeitado”, afirmou o deputado federal Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) ao Paradoxo BR.

“Por ocasião da sessão que iria anunciar a CPMI do 8 de janeiro, simplesmente um deboche com os deputados e senadores. Tínhamos a presença de mais de 140 deputados e 40 senadores da república. Atendemos os quesitos do regimento interno. Mas o senador Pacheco usou de sua proximidade para com o governo e desrespeitou as normas vigentes – e principalmente, demonstrou com isso, desrespeito com a sociedade que deseja saber sobre os indícios de omissão desse governo federal. Vamos aguardar mais uma semana para instalar a CPMI do 8 de janeiro. Fica aqui meu respeito aos parlamentares que não aceitaram a pressão para retirar suas assinaturas”, completou Zucco, que tem se destacado na oposição ao governo Lula.

O responsável pela coleta de assinaturas da CPMI, deputado federal André Fernandes (PL-CE), afirmou que comandará obstrução a todas as votações na casa, caso a CPMI realmente não ocorra.

“Não tem como prosseguir normalmente no congresso sabendo que centenas de inocentes continuam presos enquanto autoridades comprovadamente omissas estão livres”, afirmou Fernandes, contrariado com o resultado da sessão conjunta.
“Se os parlamentares não pararem tudo, a CPMI não vai acontecer. Obstrução!, clamou o deputado da oposição.

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