Representante da “extrema direita” fora do páreo? Jornal britânico Financial Times detalha como a administração de Joe Biden atuou nos bastidores da política para garantir o resultado das eleições 2022
Matéria publicada na edição desta quarta-feira (20) do jornal britânico Financial Times expôs o viés tendencioso da mídia internacional sobre as eleições que colocaram de volta ao poder Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – um condenado em três instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro, que acabou livre até mesmo para disputar eleições por decisão do Supremo Tribunal Federal.
Antes de ir ao cerne da matéria, o Financial Times afirma que seus jornalistas conversaram com seis ex-funcionários do governo dos EUA, além de diversos políticos brasileiros, para contar a história de “como o governo Biden se envolveu no processo que antecedeu ás eleições presidenciais, ainda que de forma “discreta”.
“O representante da extrema-direita Jair Bolsonaro estava flertando em subverter a democracia do país. Ele atacou o sistema eleitoral, afirmando que as urnas eletrônicas não eram confiáveis, pedindo por cédulas de papel“, apontou o Financial Times, distorcendo a realidade.
De fato, a Câmara dos Deputados já havia aprovado o uso de votação com comprovante impresso, o que veio a ser derrubado por intervenção do STF.
“O objetivo era enfatizar duas mensagens consistentes para generais inquietos no Brasil e aliados próximos de Bolsonaro”, afirma o jornal
Mais adiante, após o preâmbulo usado para alfinetar Bolsonaro e a direita brasileira, o jornal admite que os Estados Unidos da América interferiram no processo eleitoral de 2022. Segundo o Financial Times, o governo norte-americano teria mirado em políticos e militares – incluindo aliados próximos a Jair Bolsonaro – para “garantir o processo democrático”.
“O objetivo era enfatizar duas mensagens consistentes para generais inquietos no Brasil e aliados próximos de Bolsonaro: Washington foi neutro no resultado da eleição, mas não toleraria qualquer tentativa de questionar o processo de votação ou o resultado”, destaca a publicação.
A reportagem também descreve quem teria atuado da administração Biden nos bastidores para garantir o resultado da votação, que colocou Bolsonaro e Lula frente à frente no segundo turno, com vitória de pouco mais de 1% de diferença sobre o petista.
“Uma campanha sem alarde envolveu inúmeras ramificações do governo dos Estados Unidos, incluindo militares, Departamento de Estado, CIA, Pentágono e a Casa Branca, segundo afirmou ao jornal um ex-funcionário de alto padrão do Departamento de Estado, Michael McKinley, que havia atuado como embaixador e representante do governo dos EUA no Brasil.
Lula nos EUA: “agradecimento velado” a Biden?
Em 9 de fevereiro, Lula e comitiva desembarcaram na capital dos EUA, Washington D.C. A visita oficial ao presidente Joe Biden (Partido Democrata) não resultou em grandes acordos bilaterais, De fato, a imprensa brasileira questionou o motivo de os EUA terem sido um dos primeiros a serem visitados pelo “novo presidente” brasileiro. O site R7, por exemplo, destacou: “Lula volta ao Brasil sem muitos avanços efetivos”.
Teria sido a passagem de Lula pelos EUA somente uma forma de agradecimento velado?