Saída temporária foi defendida pela CNBB em carta enviada ao Congresso Nacional
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou um artigo nesta quarta-feira (24) em defesa à manutenção das saídas temporárias de presos, recentemente barradas por votação no Congresso Nacional. No texto, a entidade católica pede a deputados e senadores que não derrubem o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao principal trecho do texto: o que permite visita aos familiares em ocasiões especiais.
“A Conferência Nacional dos Bispos Brasil-CNBB manifesta ao Congresso Nacional, em consonância com sua Tradição explicitada na Doutrina Social da Igreja e com os objetivos do sistema penal brasileiro, que o veto parcial submetido aos parlamentares para avaliação seja mantido”, escreveu a CNBB.
Embora os bispos destaquem a importância das leis, a mensagem da CNBB ainda destaca que o sistema estatal “deve favorecer a reinserção das pessoas condenadas e promover uma justiça.”
“A legislação brasileira tem as mesmas premissas de reinserção gradual de nossas irmãs e irmãos na sociedade. As saídas temporárias no decorrer do cumprimento da pena respondem a essas premissas”, aponta a nota.
Derrite questiona méritos da saída temporária de presos
O deputado federal licenciado e secretário de segurança do estado de São Paulo, Guilherme Derrite, rebateu a tese de ressocialização de presos defendida pela CNBB, Relator do projeto na Câmara, Derrite escreveu na Revista Oeste que o veto de Lula – justificado como um gesto cristão – “não levou em conta as consequências do assassinato do sargento Roger Dias da Cunha, vítimas de presos que usufruíram da saída temporária.
“Onde estão as garantias constitucionais e a moralidade cristã dos familiares do sargento Dias”, questionou.