Mídia sensacionalista questionada. Recentes casos de assassinatos em massa no Brasil – como o da creche em Blumenau, Santa Catarina, nesta quarta-feira (5) – servem de alerta de como autoridades e veículos da imprensa poderiam alterar seu método de trabalho, principalmente para evitar que novas ocorrências se transformem, segundo especialistas, em verdadeiras “epidemias”.
Pesquisas conduzidas pela National Library of Medicine – órgão oficial do governo dos Estados Unidos – apontaram que a abordagem feita pela imprensa poderia colaborar para reduzir as mortes. O país, em 2016, era responsável por 31% do total de casos de assassinato em massa do mundo.
O NML destaca que a equipe de Treinamento Avançado de Resposta Rápida para Aplicação da Lei, em colaboração com o FBI (a polícia federal norte-americana), desenvolveu a campanha “Don’t name them”, que orienta veículos a não divulgar nomes dos autores de chacinas.
Segundo as autoridades, o programa foi dirigido para reduzir tiroteios que acontecem “por imitação”, geralmente induzidos por divulgação em massa pela mídia.
O diretor do FBI, James Corney, apontou como exemplo o incidente de Orlando, na Flórida, em 2016.
“Você poderá notar que não menciono o nome do assassino e tentarei não fazer isso. Parte do que motiva as pessoas doentes a fazerem esse tipo de coisa é uma noção distorcida de fama ou glória, e não quero fazer parte pelo bem das vítimas e de suas famílias, para que outras mentes distorcidas não o façam”, explicou Corney.
Mídia menos sensacionalista e inteligência podem reduzir ataques
No último dia 12 de março, a Homeland Security Investigations dos Estados Unidos alertou a Polícia Civil contra um plano de atacar escolas de São José dos Campos e Caçapava.
Após o aviso passado às autoridades brasileiras, três indivíduos foram presos. De acordo com a apuração feita pelos investigadores da HSI, diálogos captados previam ataques em massa nas escolas para marcar os quatro anos do massacre ocorrido em um estabelecimento de ensino em Suzano.