Meta inflacionária em perigo. Dilma Rousseff certa vez declarou que “não tinha uma meta, mas que poderia dobrá-la quando ela fosse atingida”. Agora foi a vez do “presidente” Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apontar que a solução para uma medida errada seria “mudar essa meta”.
A frase confusa foi dita durante encontro com jornalistas em Brasília nesta quinta-feira (6). O encontro contou com participações de veículos de grande porte, como Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo e UOL, e blogs ativistas, como Diário do Centro do Mundo, O Cafezinho e Nexo.
“Se a meta está errada, muda-se a meta. O que não é compreensível, é imaginar que um empresário vai tomar dinheiro emprestado a essa taxa de juros”, atacou Lula, se referindo a taxa Selic determinada pelo Banco Central, hoje em 13,75%.
Ants da fala, Lula havia comentado ter lido um artigo, sem saber identificar a autoria, que apontava que se a inflação a ser alcançada fosse de 3%, a taxa de juros anual deveria ficar em 20% ao ano.
“Se você tem alguém que estabelece uma meta que não vai cumprir, é que nem você estabelecer uma meta para a sua vida que você saber que não vai cumprir. Então não estabeleça meta que você estará mentindo para você mesmo”, afirmou o petista.
“Eu disse que não ia discutir meta porque esse é um problema da autonomia do Banco Central e do Senado, que aprovou a autonomia do Banco Central. Eu já tive o prazer de durante 8 anos discutir meta, inflação, política monetária. Quando eu tinha relação com o presidente do Banco Central. Ele exerça a sua autonomia”, criticou Lula.
Meta inflacionária: Pedro Guimarães diz ser perigoso alterar decisão do BC
O ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, disse estar estarrecido com mais um ataque de Lula ao Banco Central.
Usando suas redes sociais, Guimarães exaltou as medidas da gestão Jair Bolsonaro (PL-RJ), que apoiou a autonomia total ao BC para que a inflação pudesse ser controlada sem interferências.
“Entenderam a importância da decisão do Presidente Jair Bolsonaro?”, questionou Pedro Guimarães no Instagram.
“Não vi, na época, o reconhecimento, na escala que imaginava, do mercado, mídia ou empresários, da relevância daquela decisão. Hoje, vejo em alguns este reconhecimento. Mas ainda muito distante do que penso ser a importância da independência do BC”, comentou o economista, preocupado com a possibilidade de Lula mudar as metas inflacionárias por simples conveniência.
“Penso que mudar a meta de inflação seria um erro. Dou as minhas explicações. Se o Banco Central aumentou a Selic em quase sete vezes, de 2,00% para 13,75%, a 2 meses da eleição, e não houve discussão sobre aumentar a meta, porque o BC iria discutir agora?”, ponderou Guimarães.
“Se houvesse aumento da meta de inflação, penso que o impacto seria inverso. Haveria perda de confiança dos agentes econômicos e a taxa de juros futura, que é quem de fato baliza as decisões de investimento, aumentaria”, concluiu