Em entrevista ao Paradoxo BR, o deputado da Alesp, Major Mecca, explica como a nova bancada se unirá para retomar as pautas conservadoras, incluindo o corte de impostos
Em meio ao desencontro de informações sobre a reforma tributária, o governo de São Paulo demonstrou interesse imediato em defender o reajuste ao ICMS estadual para repor eventuais perdas de receitas que viriam com o substituto o IBS – Imposto sobre Bens e Serviços – definido para substituir a tarifa.
A reação imediata à medida do governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) não veio da esquerda, mas de um novo grupo de deputados da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) liderado por Gil Diniz (PL-SP).
“Eu nem mandaria um projeto nesse sentido. A gente não prometeu para a população que aumentaria impostos, muito pelo contrário”, avaliou Diniz.
Outro integrante dessa “força-tarefa” determinada a fiscalizar as medidas de Tarcísio é o deputado Major Dimas Mecca (PL). Durante a pandemia de covid-19, Mecca se destacou por apurar cada passo de João Doria (PSDB) no Palácio dos Bandeirantes, revelando o descaso do governador com a saúde em plena crise sanitária.
Major Mecca: “Somente a direita fiscalizando o governo podermos retomar o corte de impostos”
Em entrevista exclusiva ao Paradoxo BR, Mecca diz acreditar ser possível barrar o aumento do ICMS quando entrar em votação na Assembleia Legislativa.
“Estamos fiscalizando cada passo, principalmente na questão do impostos”, afirma Mecca. “A bancada de deputados, que começou apenas com quatro representantes, tem tudo a crescer”, ressalta o deputado, que formou uma espécie de oposição à direita ao lado dos colegas Tenente Coimbra, Lucas Bove e Gil Diniz – todos do PL.
Além da vital questão dos impostos, uma das críticas mais pesadas à gestão Tarcísio tem sido a “permissividade” com pautas de esquerda. Entre as reclamações dos conservadores, destaque para a liberação da feira do MST no Parque da Água Branca e o apoio às comemorações da Consciência Negra – pauta até então exclusiva da extrema-esquerda.
“Na nossa visão, assim como outros governadores que defendiam as pautas de direita, as medidas de Tarcísio se devem às falhas cometidas durante sua articulação com os partidos”, avalia Mecca.
Apesar de discordar em parte com Tarcísio e de se opor a mais impostos no estado de São Paulo, o deputado do PL garante que o governador deverá retomar o caminho traçado durante a campanha eleitoral, quando recebeu total apoio do então presidente, Jair Bolsonaro (PL).
“O Tarcísio começou de forma excelente, diminuindo impostos em cerca de 10 itens. Eu – como os demais deputados – somos totalmente contra o aumento e criação de novas taxas, e lutaremos para que a gestão volte ao normal”, completou Mecca.
“Acredito que, para o governo não fugir das pautas, uam das saídas é a direita fiscalizar a própria direita”, ressaltou.
