Lula disse que a política econômica do Brasil precisa ser flexível, e sugeriu adotar novo sistema de meta inflacionária. Ideia foi resgatada de seu primeiro governo, há 18 anos
O ‘presidente’ Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – o mesmo que já afirmou que os livros de economia “estão ultrapassados” – admitiu que o Brasil não precisa ter uma meta de inflação fixa. Segundo o petista, o objetivo hoje definido pelo autônomo Banco Central, deveria ser algo “fácil de alcançar”. Em entrevista à Rádio Gaúcha, Lula disse ainda que o país precisaria hoje de uma “política monetária móvel”.
“Eu não quero influir na decisão do Conselho Monetário Nacional”, adiantou Lula, já indicando o desejo de interferir. “Eles sabem o que fazer, sabem como tem que decidir. Eu fui presidente e participei de muitas decisões dessas. E eu lembro que em 2005 as pessoas queriam reduzir a meta da inflação para 3% e nós discutimos de não reduzir para 3%, pois senão ficava muito difícil a gente alcançar o cumprimento da meta”, explicou.
Lula oferece soluções tomadas há quase duas décadas
Lula ainda relembrou na mesma entrevista, de medidas tomadas há quase duas décadas por seu governo, oferecendo uma solução repetida para substituir a política usada hoje pelo BC. Há 17 anos, por exemplo, o mundo não atravessava os problemas gerados pela pandemia de covid-19.
“É por isso que a gente aprovou no meu governo 4,5% com uma banda para mais 2 (pontos percentuais) e para menos 2, e era o que o Brasil precisava naquela época. Eu não sei qual a decisão do Conselho Monetário”, relembrou.
“A gente tem que ter uma meta que a gente alcance. Alcançou aquela meta a gente pode reduzir e fazer mais um degrau, descer mais um degrau. […] É para isso que a política monetária tem que ser móvel, ela não tem que ser fixa e eterna”, completou