Em sua primeira visita oficial aos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusou Jair Bolsonaro (PL) de ter abandonado as relações diplomáticas nos últimos quatro anos.
No encontro com o presidente Joe Biden, Lula afirmou ao chefe de estado norte-americano que Bolsonaro se resumiu a espalhar fake news em seu mandato.
“O senhor sabe que o Brasil ficou quatro anos se auto marginalizando. O presidente anterior não gostava de manter relações com nenhum país. O mundo dele terminava e começava com ‘fake news’…de manhã, de tarde e à noite. Parece-me que ele menosprezava as relações internacionais”.
A afirmação de Lula em Washington incentivou o Paradoxo BR a investigar se o ex-presidente Jair Bolsonaro realmente optou por desprezar as relações internacionais.
Uma das principais acusações feitas pela oposição durante os últimos quatro anos foi o “abandono” do comércio com os países de origem árabe, por conta da reaproximação com Israel.
De acordo com dados computados em janeiro pelo Departamento de Inteligência de Mercado da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, as exportações do Brasil para o bloco de 22 países árabes no Oriente Médio e Norte da África atingiram recorde histórico em 2022, contrariando as acusações do petista.
Segundo apurou a instituição, os negócios geraram receita de US$ 12,57 bilhões, o que representou aumento de 40,74% sobre 2021.
Os produtos líderes das exportações do Brasil para as nações árabes e africanas foram o açúcar com receita de US$ 3,44 bilhões, seguido por derivados de aves, com US$ 3,16 bilhões, minério de ferro, com US$ 2,91 bilhões, milho, com US$ 2,01 bilhões e soja, com US$ 1,11 bilhão.
Lula contrariado: fertilizantes russos ajudaram o Brasil a manter o agro em alta
Outro comprovante da forte investida nas relações internacionais do governo Bolsonaro foi a manutenção da compra de fertilizantes agrícolas da Rússia, apesar do corte promovido pelo governo Vladimir Putin no início da guerra contra a Ucrânia em abril de 2022.
Enquanto Putin cortava os negócios com diversos países, o então presidente Jair Bolsonaro e sua ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, viajaram para Moscou para negociar o fornecimento do produto para o Brasil.
Em 27 de junho de 2022, Valdimir Putin emitiu um comunicado oficial garantindo as vendas dos fertilizantes para o Governo brasileiro, que compra 85% dos insumos para sua lavoura dos país europeu.
“Os problemas de segurança alimentar global foram longamente discutidos. O presidente russo fez uma avaliação detalhada das causas da difícil situação no mercado mundial de produtos agrícolas e fertilizantes. Neste contexto, Vladimir Putin salientou que a Rússia está empenhada em cumprir suas obrigações de garantir o fornecimento ininterrupto de fertilizantes russos aos agricultores brasileiros”, informou o Kremlin.