Lula ouviu respostas que não queria das autoridades ucranianas, após sugerir que o presidente Volodymyr Zelenski aceitasse entregar parte do território do país ao presidente da Rússia, Vladimir Putin.
“A Ucrânia agradece pelos esforços do presidente do Brasil para encontrar uma solução para impedir a agressão russa”, afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Oleg Nikolenko.
“Ao mesmo tempo, devemos afirmar claramente: a Ucrânia não negocia seus territórios. Não há razão legal, política ou moral para que devamos desistir de um centímetro de terra ucraniana”, reforçou.
A reação severa da diplomacia ucraniana se refere à declaração do ‘presidente’ Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao território da Crimeia.
“Putin não pode ficar com o terreno da Ucrânia. Talvez nem se discuta a Crimeia, mas o que ele invadiu vai ter que repensar. O Zelensky não pode querer também tudo o que ele pensa que vai querer”, declarou o petista durante o tradicional café da manhã com jornalistas, em Brasília.
Lula é ignorado por diplomata da Ucrânia
Apesar de as reações da opinião pública em geral terem sido praticamente nulas em relação à declaração de Lula, mais nomes do governo ucraniano repudiaram a sugestão do petista.
Pelo Twitter, o conselheiro do Ministério das Relações Exteriores, Anton Gerashchenko ignorou o conselho do chefe do executivo brasileiro.
President of Brazil Lula da Silva supposed that Ukraine cede the Crimean peninsula to Russia to end the war, saying Ukrainian President Volodymyr Zelensky could "not want everything" – Le Figaro.
Putin won't stop if the occupied territory of Ukraine is ceded to him. Peace and… pic.twitter.com/eWYYARrhEg
— Anton Gerashchenko (@Gerashchenko_en) April 7, 2023
“O presidente do Brasil Lula da Silva supôs que a Ucrânia cedesse a península da Criméia à Rússia para acabar com a guerra, dizendo que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky poderia “querer tudo”… Putin não vai parar se o território ocupado da Ucrânia for cedido a ele. A paz e a calma não virão”, afirmou o diplomata.
“Isso significará apenas uma coisa para a Rússia – impunidade. A Rússia entenderá que está tudo bem seguir em frente. Os ditadores perceberão que só a força é certa, que não há punição. Isso significará uma ameaça global”, ratificou o ucraniano.