ONU ignorada por Lula. O governo brasileiro decidiu se descolar, inclusive de parceiros da esquerda sul-americana, e optou por não assinar no momento uma declaração internacional contra os crimes contra a humanidade cometidos pelo ditador da Nicarágua, Daniel Ortega.
Os principais apoiadores do documento contam com o apio de Canadá, EUA, Alemanha e França, além de países comandados por líderes progressistas de Chile e Peru. No total, 50 nações foram signatárias.
A declaração foi apresentada na mais recente reunião do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, após analistas apontarem que Ortega – amigo pessoal de Lula – ter promovido atrocidades, como execuções extrajudiciais e detenções arbitrárias, além de perseguições religiosas.
ONU quer aplicar sanções pesadas à Nicarágua
O documento ignorado pelo Itamaraty faz um apelo para que os países membros da ONU imponham sanções ao governo de Daniel Ortega. Um dos trechos da declaração aponta a situação observada na Nicarágua:
“Estas violações e abusos estão sendo perpetrados de forma generalizada e sistemática por razões políticas, constituindo os crimes contra a humanidade de assassinato, prisão, tortura, incluindo violência sexual, deportação e perseguição por motivos políticos”.
A equipe da ONU ainda reportou que pelo menos 3.144 organizações da sociedade civil nicaraguense foram fechadas desde 2018 pelo regime de Daniel Ortega. A ação violenta e ditatorial de Ortega fez com que empresas de mídia independente deixassem o país para atuar em bases internacionais.
De acordo com estudos, pelo menos 222 perfis na Internet de opositores ao regime foram derrubados pelo governo, e os proprietários das páginas foram forçados a deixar a Nicarágua, além de perderem a nacionalidade por ordem de Ortega.