MP que antecipa recursos da Eletrobras tem sido vista como saída para recuperar popularidade de Lula
Em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou na terça-feira (9) a Medida Provisória (MP) que prevê queda entre 3,5% e 5% nos valores das contas de luz dos consumidores residenciais. A MP também prevê geração de empregos com leilões de linhas de transmissão e investimentos de R$ 165 bilhões em geração hidroelétrica, eólica, solar e de biomassa até 2026. Segundo o Ministério das Minas e Energia, quando os empreendimentos forem concretizados eles adicionaram 34 Gigawatts de potência ao Sistema Interligado Nacional (SIN),
MP prevê antecipar recursos, mas pode deixar contas mais caras em 2029
Como Paradoxo BR mostrou, o desconto das contas seria obtido por meio da antecipação de recursos da Eletrobras – hoje, privatizada (cerca de R$ 25 bilhões), além do congelamento de tarifas em estados que pagam “valores distorcidos” e da antecipação do funcionamento de linhas eólicas e fotovoltaicas.
O ex-diretor geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Jerson Kelman, admitiu à Folha de S. Paulo que a MP do governo “é complexa”. “É preciso uma pedra de roseta para decifrar a MP”, afirmou Jerson Kelman”, se referindo ao artefato arqueológico composto de hieróglifos (escrita antiga egípcia).
Kelman acredita que a medida pode baratear as contas agora, mas pode torná-las mais caras no futuro. Isso porque deve gerar subsídios para empresas que não necessitam, elevando em até 7% as contas em no mínimo 7% a partir de 2029.