Lula afirmou que Bolsonaro foi culpado das invasões, mas não mostrou provas
A edição desta quinta-feira (27) do jornal espanhol El País traz uma longa entrevista com o ‘presidente’ Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conduzida por Pepa Bueno, uma jornalista já conhecida do mandatário brasileiro.
Na conversa com o periódico espanhol, Lula voltou a abordar temas como democracia, guerra na Rússia, Conselho de Segurança da ONU e Jair Bolsonaro.
Ao ser questionado sobre os atos de 8 de Janeiro, onde vândalos depredaram prédios do governo federal, poder legislativo e STF, Lula afirmou, sem apresentar qualquer detalhe concreto, que o ex-presidente seria o mentor dos ataques.
“Não tenho dúvida de que ele (Bolsonaro) tentou dar um golpe”, afirmou Lula. “Estamos convencidos de que tudo foi organizado por Bolsonaro e sua equipe”, completou.
As falas do chefe de estado são semelhantes às relacionadas com o senador Sérgio Moro.
Como o Paradoxo BR mostrou, Lula afirmou que Moro teria “armado” com a Polícia Federal o plano de sequestro desmantelado pelas autoridades contra ele e sua família.
“Eu acho que é mais uma armação do Moro”, acusou Lula. “Mas vou ser cauteloso, quero ver o que aconteceu.
“É visível que é uma armação do Moro. Mas não vou atacar ninguém sem ter provas. E se for mais uma armação ele vai ficar mais desmascarado ainda. Não sei o que ele vai fazer da vida se continuar mentindo como está mentindo”, comentou Lula.
A entrevistadora do El País, então, continuou a perguntar a Lula sobre os valores democráticos. Questionado se a “democracia está a salvo no Brasil”, Lula foi além.
“Não só no Brasil. Devemos salvar a democracia em todo o mundo, porque também existe a extrema direita na Espanha, em Portugal, na França, na Alemanha… A Espanha sabe o que é o autoritarismo”, ressaltou o presidente.
Novamente, assim como o Paradoxo BR já mostrou, o PT e quase toda a maioria dos partidos de esquerda brasileiros votou a favor do regime de urgência do PL da Censura, que visa minar a liberdade de expressão em grande escala.
Lula é rebatido por Valdemar Costa Neto
Já o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, saiu em defesa de Jair Bolsonaro, que é presidente de honra da legenda
Ao ser questionado sobre uma eventual participação de Bolsonaro no 8 de Janeiro, Valdemar da Costa Neto foi incisivo.
“Essa responsabilidade o Bolsonaro nunca teve. Ele nunca teve essa intenção. Nenhum político brasileiro tem interesse em participar de um ato desse. Nós repudiamos, queremos que os culpados sejam punidos. O Bolsonaro nunca cometeu ilegalidade”, garantiu.