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Luiz Marinho e o novo “Uber Vermelho – sem Neura Capitalista”

Marinho

Para o ministro Luiz Marinho, a Uber tem de se desapegar do lucro e impedir que os funcionários tenham liberdade de trabalhar e prosperar. Nesse ímpeto, ele criou uma nova forma de serviço por app: o “Uber Vermelho sem neura capitalista”

A sempre irônica, nunca humilde, geralmente sarcástica e nada convincente fala do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (4/10) me fez viajar no tempo. 

No tempo em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), talvez por não querer tumultuar o que já estava tumultuado pela roubalheira, decidiu que a chapa Dilma Rousseff (PT)/Michel Temer (MDB) não havia cometido abuso econômico nas eleições de 2014.

Tudo aconteceu apenas três anos depois do flagrante, em junho de 2017. Pelo placar apertado de 4 a 3, a autoridade eleitoral brasileira decidiu que não, Não, o PT e o MDB não usaram e abusaram da máquina pública para se reeleger, apesar da pior recessão da história do Brasil atingida em 2015.

Pomposo à moda Flávio Dino, Luiz Marinho mostrou que não estava para brincadeira não. Ao ser questionado sobre seu desprezo à iniciativa privada, quando chegou afirmar que a Uber poderia ser trocada pelo estatal (e vítima da corrupção) Correios, o ministro não refugou: 

“Primeiro, que a Uber não vai sair do Brasil. Segundo, se caso [a Uber] queira sair, o problema é só da Uber, porque outros concorrentes ocuparão esses espaços”. 

E continuou:

“Provoquei os Correios porque eu acho que deveria se montar um aplicativo para poder trabalhar sem a neura do lucro dos capitalistas que é o caso de Uber e Ifood”.

 

Você leu certo, a “neura do lucro dos capitalistas”. De forma para qualquer petista entender, Luiz Marinho afirmou que o empresário trabalha por lucro. Ora, ora, quem diria.

Mas é isso. Luiz Marinho repudiou essa sanha empresarial de querer se dar bem. Puxa, no Brasil? Trabalhar pelo lucro? Dar a liberdade para o motorista de aplicativo fazer o horário que quiser, e ainda arrumar outros trabalhos para prosperar.

Provoquei os Correios porque eu acho que deveria se montar um aplicativo para poder trabalhar sem a neura do lucro dos capitalistas” Luiz Marinho

Não, isso aqui no Brasil não pode. Quem pode sair lucrando é o partido político. E claro, em defesa da democracia – frase que hoje significa tudo aquilo que o governo petralha quiser.

Portanto, não podemos esquecer nunca do que eu descrevi no início desta coluna. Sim, porque – apesar de absolvida – a chapa Dilma/Temer nadou em dinheiro e usou e abusou da máquina para convencer que o PT mereceria ficar no poder ad eternum. 

 

No julgamento do TSE, em 2017, o relator da matéria, ministro Herman Benjamin, listou alguns dos motivos considerados para que Dilma e Temer fossem condenados. E todos – mil desculpas Luiz Marinho – baseados naquela “tal neura dos capitalistas”.

  • Chapa abastecida com recursos de propinas de empreiteiras como Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez.
  • Marqueteiros de campanha João Santana e Mônica Moura abastecidos com dinheiro ilícito da empresa Keppel Fels, originalmente para a construção de navios-sonda.
  • R$ 150 milhões depositados pela Odebrecht em 2009 numa conta secreta mantida por Guido Mantega.
  • Compra de horário político de 4 partidos, que receberam R$ 25 milhões para facilitar a vida de Dilma.
  • Propina paga pela Sete Brasil para alimentar campanha

A história fatídica da Lava Jato e do relacionamento de empreiteiras e outras entidades com os governos petistas, eu e você já sabemos. Acabou na sarjeta, após uma onda ativista impulsionada pelas provas ilícitas obtidas pela Lava Jato.

Nessa, não só Lula, mas até o réu confesso Sérgio Cabral foi parar na rua, leve e solto.

Mas nada disso muda o teor de nossa história, que basicamente é: capitalismo para nós debaixo dos panos, e comunismo para vocês, pagar a conta democrática.

Espero que alguém da Uber leia o que está nessa coluna e use a seu favor quando não atender mais as corridas – quem sabe – do próprio ministro. Basta só incluir no menu a opção “Uber Vermelho – sem neura capitalista.

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