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Lira & Pacheco: Quando a pre$$a vira amiga da perfeição

PEC

Rodrigo Pacheco e Arthur Lira se uniram para apressar a votação da Reforma Tributária. A pressa deve gerar consequências para os mais pobres

Distante do Brasil por algumas semanas, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), voltou a ser destaque das manchetes jornalísticas com um comentário, no mínimo, contundente.

Ao ser questionado sobre a indiferença do governo Lula – expressada, em primeira mão, pelo próprio presidente – sobre o compromisso de cumprir a meta fiscal de déficit zero em 2024, o parlamentar alagoano não usou meias palavras para oferecer um prognóstico do destino político da gestão petista.

 

Abre e fecha aspas para o presidente da Câmara:

 

“O projeto do arcabouço foi proposta do governo. Acho que temos que cuidar do que a gente aprovou. A regra do arcabouço, de estar com os parâmetros, veio junto com o texto. Se está mais abaixo, tem consequências e baixa de despesa. Não dá para achar que não vai ter meta e não vai ter consequência”.

 

O recado foi direto. Se não cumprir, o pau vai cantar. Mas será que devemos tomar como um verdadeiro evangelho o texto do sr. Arthur Lira, que já não mais abre espaço para comentários em seu Instagram oficial com medo do povo? 

 

Vale lembrar que Arthur Lira é favorável ao PL da Censura, e fez de tudo para que o texto da reforma tributária fosse votado em regime de urgência, sem choro nem vela. A pre$$a da Câmara teve método.

A Pre$$a também toma conta de Rodrigo Pacheco

Bem, no mesmo dia da agressiva declaração de Lira, e bem ao lado de sua casa parlamentar, os senadores se mexiam para aprovar  um requerimento com o poder  agilizar o trâmite da ,PEC 45/2019 que prevê alterações na reforma tributária. Exatamente como Lira fez há quatro meses.

 

A agilidade na Casa Alta do Legislativo significa um atropelo considerável à discussão de um tema que vai decidir o futuro de milhões de brasileiros nos próximos anos. Uma matéria que irá definir se o Brasil irá ficar mais pobre ou rico. Se as famílias terão mais ou menos chances de prosperar.

 

Com a agilização do texto, os senadores comandados pela figura mais inerte do Congresso, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), conseguiram evitar que o conteúdo da reforma tributária não cumprisse o prazo de cinco sessões de discussão em primeiro turno, um prazo de no mínimo cinco dias úteis antes do segundo turno de votação; e o intervalo de três sessões deliberativas entre um turno e outro de votação.

 

Ao escrever todos esses quesitos, sinto um calafrio tomar conta dos meus sistemas vitais e coloco o questionamento na mesa: “vale a pena correr para aprovar uma matéria de tamanha importância?

 

A questão é retórica, mas abre espaço para a suspeita que a pre$$a também voltou a tomar conta do Senado. Senado, este, que por pura ingenuidade do pagador de impostos havia se tornado o bastião da república, ao se rebelar contra arbitrariedades do STF e do governo Lula – o perdulário.

 

Foi realmente apenas uma ilusão.

 

A conta, agora, é simples. Se para ser aprovada no Senado a PEC necessita de 49 votos dos 81 disponíveis, e o requerimento de urgência contou com 48 votos, não precisa ser um gênio político ou mestre estatístico para saber que o destino da reforma tributária que deve devastar boa parte dos negócios no Brasil está bem próxima de se tornar uma realidade cruel para os brasileiros.

 

Para Lira e Pacheco, ficou claro. Nem sempre a Pre$$a é inimiga da perfeição.

 

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