Lira x Lula: Cronologia de coincidências que levaram o presidente da Câmara a “elogiar” a volta da articulação do governo com o Congresso
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (6) rejeitar uma denúncia de corrupção contra o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
O julgamento ocorreu cinco anos após denúncia oferecida pela então Procuradora-Geral da República (PGR), Raquel Dodge. Em 2018, Dodge entendeu que os R$ 106 mil apreendidos com o assessor de Lira, Jaymerson José Gomes de Amorim, eram frutos de propina recebida, após uma indicação suspeita feita por Lira para a Companhia Brasileira de Trens Urbanos.
Lira comemora decisão do STF
Após a decisão da Suprema Corte, Arthur Lira se pronunciou sobre o caso.
“Tenho a consciência tranquila de que nos 24 anos de atividade política jamais cometi qualquer tipo de transgressão. Fez-se Justiça!”, afirmou o presidente da Câmara.
Arthur Lira se reuniu com Lula um dia antes do julgamento
Em compromisso fora da agenda da Presidência da República, Lula se reuniu na segunda-feira com Arthur Lira. O suposto tema da reunião foi o de “acertar a articulação com a Câmara”.
Nesta terça-feira, antes do resultado de seu julgamento no STF, o presidente da Câmara afirmou que o governo “começou a fazer um esforço para construir sua base no Congresso”.
STF marcou julgamento de Lira após declaração polêmica
Em 1º de junho, o ministro do STF, Dias Toffoli, liberou para a 1ª Turma julgar o caso envolvendo suposto caso de propina denunciado pela PGR em 2018. Menos de 48 horas antes, Arthur Lira veio a público se queixar do ministro da Secretaria de Relações Institucionais Alexandre Padilha (PT-SP).
“Matéria de país eu tenho dever institucional de tocar, mas matéria de governo quem tem que cuidar é o líder do governo”, alfinetou.
Polícia Federal apertou o cerco contra o presidente da Câmara
Além do resgate de seu julgamento no STF, Arthur Lira e antigos aliados voltaram a entrar na mira de investigações da Polícia Federal. A mais recente delas remete ao envio de R$ 32,9 milhões em emendas do antigo orçamento secreto para a compra dos 330 kits de robótica superfaturados para os alunos da prefeitura de Canapi (AL) em 2021. O nome do deputado alagoano, entretanto, não constava como alvo da PF.