O líder do MST, João Pedro Stédile, reclamou da falta de iniciativa de Lula e garantiu que o movimento permanecerá ativo em 2024
Pela ocasião dos 40 anos do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o principal líder da facção invasora, João Pedro Stédile, concedeu uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo em que anuncia indiretamente a retomada dos ataques às propriedades privadas em 2024. Segundo Stédile, as invasões “serão necessárias”, já que o governo Lula não tem feito a “reforma agrária” necessária.
“Se o governo não toma a iniciativa, a crise capitalista continua se aprofundando”, destaca Stédile. “O ser humano não é igual ao sapo, que o boi pisa e ele morre sem dizer nada. Vai haver muito mais luta social”, ameaça.
Líder do MST diz que os jovens invasores “estão acomodados”
João Pedro Stédile ainda comparou a velha guarda com a atual geração de invasores de terras. Segundo ele, os novos membros do MST estão “mais acomodados”.
“Quando eu era jovem, a turma que ia organizar a ocupação ia naquele espírito da vontade, da coragem. Não ganhava nada com os outros. Era ajudar os pobres a se libertarem. A nova militância está mais acomodada. Já consegue entrar na universidade. O jovem sem-terra ou assentado está mais vagaroso para as atividades militantes”, compara.
Como o Paradoxo BR mostrou, o deputado federal Luciano Zucco (PL) decidiu criar a Frente Parlamentar Invasão Zero, após a CPI do MST ser sabotada na Câmara. O Invasão Zero visa uma série de punições a quem invadir propriedades, incluindo a exclusão de programas sociais do governo.