O recém-nomeado ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, poderá iniciar sua carreira na pasta com uma tarefa complexa: investigar uma militante do Partido dos Trabalhadores
Após os 20 dias de transição propostos pelo ex-titular da pasta, o recém-aprovado integrante do STF, Flávio Dino, o novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, deve assumir o cargo em fevereiro com uma missão complexa: acionar a Polícia Feeral para investigar o tom ameaçador da fala da militante do PT, Elenira Vilela, contra a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL).
Em live realizada no canal Opera Mundi no ano passado, a professora Elenira Vilela afirmou que a presidente do PL Mulher “é muito inteligente” e precisaria ser “eliminada” para evitar a execução de um eventual projeto da direita.
“Ela (Michelle) é uma carta-chave. E se a gente não arrumar um jeito de destruir ela politicamente, e quiçá de outras formas… jurídica, por exemplo, comprovando os crimes e tornando ela também inelegível, nós vamos arrumar um problema para a cabeça”, ponderou a petista.
O depoimento de Elenira Vilela não só mirou retirar Michelle Bolsonaro da cena política, como oferece hipóteses de destruir sua imagem. Os ataques da professora e sindicalista, até o momento da conclusão desta matéria, não tinham recebido qualquer comentário das autoridades, incluindo o Ministério da Justiça.
Lewandowski x PT: professora militante nega ameaça
Em sua defesa, a ex-candidata ao cargo de deputada federal por Santa Catarina disse que sua fala foi manipulada para representar uma ameaça.
“Houve uma óbvia manipulação na forma do recorte com uma afirmação absolutamente mentirosa sobre o que eu disse, porque na legenda se afirma que eu ameacei a vida daquela senhora e isso jamais aconteceu. Fiquei sabendo quando amigos me enviaram o link da publicação com o vídeo recortado e manipulado”, declarou.
Além de lecionar no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e coordenar o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Elenira Vilela tentou a sorte como pré-candidata à deputada federal em 2018 pelo PT, mas não obteve sucesso.