Lava Jato sofre nova derrota. Ordem do MPF manda destruir dados sobre pagamentos de propinas da Odebrecht para obter vantagens na Petrobras
Entre 19 e 20 de maio de 2022, sem alarde, o Ministério Público Federal ordenou à 13ª Vara de Justiça Federal de Curitiba, no Paraná, que destruísse todos os arquivos contendo detalhes sobre as propinas pagas pela Odebrecht no esquema de corrupção conhecido como Petrolão. A informações são do jornalista Jamil Chade.
Segundo o MPF, a operação é “padrão” e foi solicitada para “liberar espaço” no sistema. A petição enviada à Lava Jato em 2021 apontou que o material “estava ocioso”, e mantinha “ocupação expressiva de seu hardware”.
A destruição do material, de acordo com dados do ministério público, foi realizada com uma broca de aço que perfurou e destruiu a memória HD dos computadores. No total, foram inutilizados sete hard drives contendo 8 terabytes de memória, o que equivale a 8192 giga.
Lava Jato em processo de decomposição total
A empreiteira Odebrecht fechou acordo de leniência com o Ministério Público Federal em 2017. Como parte da colaboração premiada, a companhia de Emílio e Marcelo Odebrecht concordou em fornecer acesso aos seus arquivos nos sistemas Drousys e Mywebday, mantidos em servidores da Safe Host, em Genebra, na Suíça. A Polícia Federal também teve acesso ao material.
Entre as informações destruídas a mando do MPF estão detalhes sobre confissões feitas por Marcelo Odebrecht, condenado a mais de 19 anos de prisão por corrupção.
As planilhas montadas pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht continham dados referentes aos R$ 13 milhões pagos a Lula em dinheiro vivo entre 2012 e 2014.