Associação dos magistrados paranaense protesta contra medida que afastou juízes da Lava Jato e desembargadores
Após a desidratação completa da Lava Jato – com direito à cassação do cargo de deputado do ex-promotor Deltan Dallagnol – o novo alvo do sistema são os magistrados que atuaram em julgamentos de acusados de corrupção
Nesta semana, após o Conselho Nacional de Justiça afastar os juízes Gabriela Hardt e Danilo Pereira Júnior, a Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe) convocou uma paralisação em protesto contra a decisão do corregedor do CNJ, ministro Luis Felipe Salomão.
Hardt, vale lembrar, foi a substituta de Sergio Moro, quando o então juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba deixou o cargo para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública em 2019.
“As garantias da inamovibilidade e da independência funcional alcançam a sua localização física e a certeza de que estarão investidos do dever de jurisdicionar a salvo de decisões lampejantes e inopinadas”, apontou a Apajufe, que acusa o órgão de fragilizar as garantias da magistratura.
“Os magistrados e a magistrada atingidos pela decisão singular do Corregedor Nacional de Justiça atuam há décadas e nunca foram alvo de nenhuma investigação ou sanção administrativa”, destacou a Apajufe.
A decisão do Conselho Nacional de Justiça também afetou os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) Carlos Eduardo Thompson Flores e Lenz Loraci Flores de Lima.
Lava Jato na mira: quem é Luis Felipe Salomão
Indicado por Lula para o cargo no CNJ em 2008, Luis Felipe Salomão foi ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) por 14 anos e seu mandato expira neste ano. O juiz foi titular na 2ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro antes de assumir o posto de desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).