Aécio Neves era acusado de ter recebido R$ 2 milhões em propina da J&F dos irmãos Wesley e Joesley Batista. TRF-3 negou novo recurso do Ministério Público Federal que contestou a decisão judicial
O Tribunal Regional Federal da 3ª região (TRF-3) negou mais uma vez nesta quinta-feira (27) um recurso apresentado pelo Ministério Público Federal contra a decisão que absolvia o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) do crime de corrupção passiva. O parlamentar – na época, senador – foi acusado pela Procuradoria-Geral da República de ter recebido R$ 2 milhões do grupo J&F de Wesley e Joesley Batista, após delação premiada de Joesley.
Na decisão, os desembargadores da 11ª Turma do TRF-3, José Marcos Lunardelli, Fausto Martin de Sanctis e Nino Toldo confirmaram o veredito do juiz Ali Mazloum, da 7.ª Vara Federal Criminal de São Paulo. Em março de 2022, Mazloum concluiu não existirem provas de corrupção passiva contra Aécio, como imputou a Procuradoria-Geral da República.
Antes disso, o TRF-3 já havia afirmado não existirem provas de que Aécio Neves iria beneficiar a J&F em troca de suborno. Além de Neves, foram absolvidos a irmã, Andrea Neves, Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Souza Lima.
Primo de Aécio foi gravado recebendo malas da J&F
Em 9 de junho de 2017, uma gravação feita pela Polícia Federal mostrou a entrega de quatro malas a Frederico Pacheco de Medeiros – primo e ex-tesoureiro de campanha de Aécio Neves. Cada uma delas continha R$ 500 mil em espécie e teriam sido entregues como forma de propina pelo executivo da J&F, Ricardo Saud.