Jair Bolsonaro afirmou após o quarto depoimento do ano à Polícia Federal, que o encontro entre ele e o senador Marcos Do Val (Podemos-ES) durou apenas 20 minutos e só tratou de “questões partidárias”
Em seu quarto depoimento à Polícia Federal neste ano, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nesta quarta-feira (12) que a breve reunião ocorrida com o senador Marcos Do Val (Podemos-ES) tenha envolvido o nome de Alexandre de Moraes, muito menos qualquer tentativa de gravar conversas do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Para que eu iria articular com um senador que eu mal conhecia”, afirmou Bolsonaro em entrevista após a oitiva na sede da PF, em Brasília.
Segundo o ex-presidente, o encontro – promovido pelo deputado cassado Daniel Silveira – teria durado apenas 20 minutos e abordado apenas “conversas partidárias”
Já o assessor de comunicação e advogado, Fábio Wajngarten, que acompanhou Bolsonaro no depoimento desta tarde, foi ainda mais incisivo. “Em nenhum momento o nome do Alexandre de Moraes apareceu nessa reunião”, garantiu Waijngarten. “Não houve plano conspiratório, ato preparatório. Ou qualquer tentativa de gravação”, ratificou.
Durante a entrevista coletiva, Jair Bolsonaro ainda foi perguntado se o senador Marcos Do Val teria mentido.; “Não vou falar se ele inventou. Ele que responda pelos atos dele”, ratificou Bolsonaro.
Jair Bolsonaro sobre seu depoimento à PF: “Muitos outros ainda virão”
O depoimento de Jair Bolsonaro à Polícia Federal nesta quarta-feira aconteceu no caráter de testemunha. Em sua convocação, a PF havia solicitado a presença de Bolsonaro citando que dados extraídos do celular de Do Val apresentam “elementos indicativos de suposta participação do referido parlamentar em associação criminosa junto de Daniel Silveira para o suposto cometimento de atos antidemocráticos.”
Ao ser perguntado sobre o quarto depoimento à PF, Bolsonaro não hesitou. “Muitos outros depoimentos ainda virão. Se eu não tivesse capital político, isso não teria ocorrido comigo”.
Em diversos pronunciamentos e entrevistas, Marcos Do Val chegou a afirmar que teria um plano para manter Bolsonaro no poder, após derrota nas eleições de 2022. Esse assunto teria sido discutido em reunião com a presença do ex-presidente, que nega tal fato.