Em evento com estatais, Lula disse que “banco é para emprestar dinheiro se tiver crédito”
Em novo sinal de intervenção federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta sexta-feira (8) com os presidentes dos principais bancos estatais brasileiros, onde a palavra de ordem foi “abrir os cofres” e ampliar a concessão de crédito. O evento – tradicionalmente realizado em março – é usado pelas instituições para a divulgação do balanço contábil anual.
No mesmo dia em que a Petrobras perdeu mais de R$ 70 bilhões em valor de mercado, Lula aconselhou os presidentes de BNDES, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil a “aumentar a oferta de crédito para ampliar o acesso a programas sociais”. Não há informações sobre estudos técnicos que habilitem a medida.
“O presidente trouxe a necessidade de mantermos o banco forte, com resultado interessante, cuidando do país e cuidando do crédito”, declarou Taciana Medeiros, que preside o Banco do Brasil.
“Ele sempre procura saber como está o crédito para agricultura familiar, para o agro, para Minha Casa, Minha Vida, como estão andando das liberações dos bancos públicos”, justificou a dirigente.
Bancos emprestaram R$ 56 bi em 2023
De acordo com o governo federal, as operações de crédito promovidas pelos bancos estatais em 2023 ficaram em R$ 56 bilhões, sendo R$ 22 bi (BNDES), R$ 15 bi (Caixa) e Banco do Brasil (R$ 19 bi).
“A orientação é essa. Prefeito não é bandido, governador não é bandido. Se ele tiver as contas em dia, ele tem direito, sim, de ir ao banco e pedir um financiamento, e o banco financiar. No Nordeste, o BNB não financiava mais prefeitos, nem Estado. Ou seja, não sei então para que serve um banco se, quando o Estado, que está em condição de pagar, pede um dinheiro, ele não dá. Para que serve?”, afirmou o presidente.