Governo federal tenta votar piso da enfermagem para barrar sessão conjunta do Congresso para instalar a CPMI do 8 de Janeiro
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ressurgiu após longo silêncio para atuar como emissário de Lula (PT) na batalha contra a instalação da CPMI do 8 de Janeiro.
Segundo o senador governista, a última tentativa de barrar a leitura da comissão parlamentar mista de inquérito sobre os incidentes do 8 de Janeiro – que envolveria deputados e senadores – será tentar votar por regime de urgência o Projeto de Lei do Congresso que aprecia a intenção de determinar um novo piso salarial da categoria de enfermagem.
Caso o PLN ganhe espaço no Congresso, a leitura do requerimento, prometida para esta terça-feira (18) em sessão conjunta do Congresso, deverá ser adiada por mais uma semana. Vale destacar que a mesma matéria foi vetada em 2022 pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, após decreto do presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ).
Governo poderá barrar CPMI até o final desta terça-feira
Informações veiculadas pelos deputados de oposição – como o próprio autor do pedido da CPMI, André Fernandes (PL-CE), apontam que o adiamento serviria para dar mais tempo aos parlamentares desistirem das investigações na última hora, impedindo a coleta de novas assinaturas.
Até o momento, a CPMI conseguiu a adesão de 194 deputados e 37 senadores. A configuração mínima para instalar uma CPMI é de 171 deputados e 27 senadores. Caso ocorra um novo adiamento, a Câmara precisaria perder mais 23 assinaturas de deputados federais, enquanto o Senado precisaria excluir 10 assinaturas.
O idealizador da CPMI do 8 de Janeiro, deputado federal André Fernandes (PL-CE), declarou em sua conta no Instagram que não irá mais divulgar os nomes de deputados que aderirem ao movimento para evitar represália do governo Lula.
“Saindo agora da reunião de líderes aqui no Senado – líderes do Congresso Nacional (e afirmo que) está mantida a sessão conjunta do Congresso Nacional”, anunciou Fernandes.
“Está mantida para esta terça-feira, ao meio-dia. Temos neste momento assinaturas suficientes para ser instalada a CPMI do 8 de Janeiro. O número só aumenta. Neste momento, temos 194 deputados – mas não irei divulgar os nomes desses deputados federais, até por que sei que o governo irá partir para cima para tentar pressiona-los”.
Segundo André Fernandes, até amanhã, 23h59 – mesmo após a leitura do requerimento – os congressistas poderão aderir ou desistir da CPMI.
