Divergências – ainda que suaves no governo Lula – apontam para a tentativa de alterar a meta fiscal, com mudanças no orçamento para 2024
A casa – ou melhor – a linha de ação do governo Lula – está dividida. Depois de Fernando Haddad (PT-SP) insistir que a meta fiscal de zero déficit para 2024 será perseguida, o vice-presidente da república, Geraldo Alckmin (PSD-SP) rebateu a fala do porta-voz de Lula na economia.
“Se vai fazer ano que vem, se vai demorar mais seis meses, se é 0,25% do PIB, é 0,5% do PIB, ainda é uma questão a ser discutida, mas o esforço todo será na linha de zerar o déficit fiscal e depois ter superávits fiscais sucessivos”, afirmou Alckmin
Governo Lula tenta alterar LDO para aumentar a meta
A “suave divergência” dentro do governo Lula é reforçada por informações que correm pelos bastidores de Brasília. Para chegar perto do objetivo – mesmo sem sinalizar qualquer corte de gastos – a equipe econômica deve fazer lobby para que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) possa ser alterada e inclua um déficit entre 0,25% e 0,50% do Produto Interno Bruto.
A iniciativa foi cogitada pelo próprio Lula no final de outubro, quando o chefe do executivo minimizou a alteração da meta fiscal para o ano que vem. “Pode ser 0,25%…0,50%… não precisa ser zero”, ponderou.
“O governo tem compromisso com o arcabouço fiscal. O que o presidente Lula colocou é que, num momento de cenário mundial de menor crescimento, mais preocupante, você precisa ter uma preocupação com os brasileiros, com os trabalhadores, com aqueles que precisam mais”, justificou Alckmin.