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Governo Lula altera meta fiscal para 2025 e dólar volta a disparar

Governo

Governo altera metas e propõe agora apenas déficit zero para 2025. Dólar chegou perto de R$ 5,20

Após o anúncio das regras que visam definir os rumos do orçamento brasileiro em 2025, o mercado financeiro e economistas reagiram de forma negativa à tentativa de alterar as diretrizes do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) apresentado nesta segunda-feira (15) pelo Governo Lula.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), a principal alteração prevê o fim de um superávit primário de 0,5% em 2025, fixando a meta em déficit zero das contas públicas para o ano que vem. Após o anúncio, o dólar disparou frente ao real, chegando à cotação de R$ 5,18.

O texto enviado pelo governo ainda prevê superávit de 0,25%, 0,5% e 1% entre os anos 2026 e 2028. Na prática, Haddad indica que a política de ajuste fiscal deverá ficar nas mãos do próximo presidente da república, em caso de eleição.

Na opinião do ex-ministro da Fazenda do governo Temer, Henrique Meirelles – quase ocupou o atual posto de Haddad – se as mudanças nas metas forem confirmadas, elas custarão mais para gestão petista.

“O governo atual transfere o ajuste fiscal para o próximo, e ele também vai custar mais. Essa atitude é resultado de uma crença das pessoas que estão no governo de que mais gasto público leva a crescimento e que aumento da demanda leva também a aumento da oferta. Mas para a empresa aumentar a produção ela tem de acreditar que isso é sustentável”, analisou Meirelles.

Campos Neto alerta para “correção de rota” do governo

Já o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu que a alteração “irá dificultar o trabalho do BC”.

“Torna nosso trabalho muito mais difícil se houver a percepção de que não há uma âncora fiscal, porque a âncora fiscal e a âncora monetária precisam trabalhar juntas”, apontou Campos Neto. “Sempre que há uma mudança no governo que torna a âncora fiscal menos transparente ou menos crível, significa que você tem que pagar com custos mais altos do outro lado, então o custo da política monetária se torna mais alto”, concluiu.

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