Jornal O Globo dedicou uma página detalhando o recebimento de transações via Pix do ex-presidente Jair Bolsonaro. O advogado e assessor Fabio Wajngarten promete levar o caso à justiça
Matéria divulgada pelo jornal O Globo revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu R$ 17,2 milhões por meio de transações via Pix entre 1º de janeiro e 4 de julho deste ano. O relatório, segundo o jornal, foi divulgado por alguma fonte dentro do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) – órgão responsável pelo combate à lavagem de dinheiro ligado ao Banco Central. Jair Bolsonaro não é investigado por lavagem de dinheiro e os dados deveriam ser sigilosos.
O texto publicado pelo jornal – cujo proprietário recebeu verba publicitária de R$ 55 milhões do governo Lula em 6 meses – acrescenta que o documento relata as transações como atípicas, e provavelmente originárias de doações populares.
Bolsonaro divulgou uma de suas chaves Pix, após ser multado pelo então governador de São Paulo, João Dória, pelo “crime” de não usar máscaras ao ar livre durante a pandemia de Covid-19.
Mais adiante, a matéria se torna ainda mais evasiva ao divulgar o destino de repasses feitos pelo ex-presidente, indicando diversas transferências para sua esposa, Michelle, além de uma lotérica pertencente a um de seus irmãos.
Nem mesmo a antiga ex-funcionária comissionada do gabinete e amiga da família Bolsonaro, a “Wal do Açaí”, foi perdoada. Ela teve seu nome inteiro divulgado na reportagem e citada como beneficiada por um Pix feito por Jair Bolsonaro.
Advogado de Bolsonaro responde à Globo
Em resposta ao vazamento, o assessor e advogado da família, Fábio Wajngarter, declarou que os responsáveis pelos vazamentos “serão criminalizados”.
“São inadmissíveis os vazamentos de quebras de sigilos financeiros de investigados no inquérito de 8/1 e ou de qualquer outra investigação sigilosa. Faz-se necessário identificar quem está entrando na tal sala-cofre para que as medidas judiciais sejam tomadas. Quem vazou será criminalizado”, prometeu.