Na tentativa de controlar a Vale e reduzir distribuição de lucros para acionistas da Petrobras, a intervenção de Lula provocou desvalorização imediata das empresas
As recentes intervenções do governo Lula em duas das principais empresas brasileiras provocaram uma nova fuga de investidores nacionais e estrangeiros da Bolsa de Valores de São Paulo. Pior. Ao mirar nos mais ricos, a gestão petista atingiu os acionistas que aplicam, em média, cerca de R$ 100 na B3.
Ao todo, o impacto causado pela tentativa de emplacar um novo CEO na mineradora Vale, – além de barrar o pagamento de dividendos na Petrobras – fez as empresas perderem cerca de R$ 104 milhões em valor de mercado.
Nos bastidores, a trágica investida contra o patrimônio da Petrobras tirou capital político do presidente da estatal, Jean Paul Prates, e transferiu mais poder para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na atual conjuntura, é quase certo que Haddad conseguirá emplacar o nome de Rafael Dubeux como membro do conselho administrativo da estatal.
Presidente da Petrobras “desculpa” Lula
Em pronunciamento realizado na quarta-feira (13), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que a orientação para reter os dividendos extraordinários foi uma ordem expressa de Lula. A ordem – aparentemente, movida pela ignorância de que o governo federal é o maior acionista da Petrobras – foi avaliada por Prates como “exercício soberano” do presidente.
“É legítimo que o conselho de administração se posicione orientado pelo presidente da República e pelos seus auxiliares diretos que são os ministros. Foi exatamente isso o que ocorreu em relação à decisão sobre os dividendos extraordinários”, escreveu o dirigente