Traição de senadores da “direita, emendas para o Congresso e dinheiro para o Amapá de Davi Alcolumbre: os fatores que influenciaram a vitória de Flávio Dino no Congresso
Depois de mais de 10 horas de uma sabatina “ensaiada” e “cordial” na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o Senado aprovou por 47 votos a 31 a indicação de Flávio Dino para a vaga de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal. A posse do ex-ministro da Justiça deverá acontecer em fevereiro de 2024. A Casa Alta do Legislativo também aprovou a indicação de Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da República.
Desde os primeiros minutos da sabatina na CCJ, o Senado já dava indicações de que o evento da quarta-feira (13) seria apenas, usando o jargão futebolístico, “para cumprir tabela”. O presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (União-AP), por exemplo, não soube explicar o motivo de Gonet e Dino serem questionados pelos congressistas de forma simultânea.
Em seguida, as atenções se voltaram para o senador Sergio Moro (União-PR). Moro fez questão de cumprimentar Dino, com direito a sorrisos e abraços. O excesso de cordialidade de Moro tinha um motivo forte. O ex-ministro de Jair Bolsonaro responde processo no Tribunal Superior Eleitoral referente a problemas com gastos de sua campanha em 2022. Caso seja cassado, ainda há possibilidade de recorrer ao STF – e Dino integrará a Corte.
Flávio Dino no STF: emendas para o Congresso e verbas para o Amapá
Além do clima “chá das cinco” da sabatina de Flávio Dino, outros motivos substanciais davam indícios de que o rito obrigatório na CCJ era apenas uma formalidade. Enquanto os senadores “ensaiavam” as longas e pouco objetivas questões para o ex-governador do Maranhão, Lula tratou de liberar R$ 9,9 bilhões em emendas parlamentares, pagas no início da semana.
Antes dessa nova leva de dinheiro público injetado para “motivar o legislativo”, o governo Lula tratou de agradar Davi Alcolumbre, após o presidente da CCJ conseguir juntar Gonet e Dino em uma mesma sabatina. Segundo o Estado de S. Paulo, nos dias 27 e 30 de novembro, o Amapá – estado de Alcolumbre – recebeu cerca de R$ 130 milhões do governo federal.
