A FENEP – Federação Nacional das Escolas Particulares – decidiu se antecipar à controversa decisão tomada pelo Ministério da Educação sobre a suspensão do novo Ensino Médio.
Ciente das eminentes mudanças na grade curricular que seriam confirmadas pelo governo Lula nesta semana, a instituição enviou no último dia 10 de março um ofício ao MEC contra a suspensão por 60 dias da reforma aprovada em 2017 pela gestão do presidente interino, Michel Temer (MDB-SP).
Atuante em 15 estados e Distrito Federal, a FENEP comunicou seu desejo de prosseguir com a implantação do novo currículo escolar, destacando que o processo de reformulação “já estava em curso.”
“A Federação Nacional das Escolas Particulares acompanha de perto o debate midiático envolvendo a implementação do Novo Ensino Médio, bem como as reações do Ministério da Educação (MEC)”, apontou a organização,, adiantando ser plenamente favorável à manutenção do modelo educacional.
“Na avaliação da Federação, a mudança aprovada em 2017 flexibiliza os currículos, moderniza as etapas de formação dos jovens e põe fim a alguns dos grandes entraves da educação do país, como os altos índices de abandono escolar e repetência, afirmou a FENEP.
“É um direito de cada aluno optar por trajetória escolar em que enxergue futuro e propósito para si. Por essa razão, é recomendável que os itinerários tenham os seus contornos e identidade definidos em função de áreas de atuação profissional. O mesmo se dá, por simetria, nos blocos do ENEM”, ponderou a instituição.
No mesmo comunicado, a FENEP destaca que seus filiados alcançam mais de 9 milhões de estudantes em 40 mil colégios particulares distribuídos em todas as regiões do país, além de empregar mais de 2,5 milhões de colaboradores.
FENEP x MEC – a versão do governo Lula
Como o Paradoxo BR mostrou, o ministro da Educação, Camilo Santana (PT-CE) anunciou nesta terça-feira (4) a portaria 521 que suspende a implantação do Novo Ensino médio em âmbito nacional, ao menos pelos próximos dois meses.
Desta forma, ficam suspensos os prazos relacionados aos artigos 4º, 5º, 6º e 7º, à da Base Nacional Comum Curricular, além do novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo o governo Lula, a paralisação irá ocorrer para uma “avaliação e reestruturação da Política Nacional de Ensino Médio, instituída pela Portaria n.º 399, de 8 de março de 2023.
“O que está suspenso é a portaria do cronograma de implementação do Novo Ensino Médio, especificamente, o que está relacionado ao Enem. O que estamos suspendendo é qualquer avanço na implementação, até que essa comissão defina, avalie, ouvindo a todos, quais serão as modificações, mudanças ou correções que nós faremos no ensino médio”, afirmou Camilo Santana.