Além dos EUA, a Venezuela pode ser uma das fontes do contrabando de armas ilegais russas Kalishnikov, que há anos alimenta quadrilhas e milícias no Brasil
A ação criminosa que culminou com o fuzilamento e morte de três médicos em um quiosque na região da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, não é fruto de mero acaso. Muito menos, resultado do que o ministro Flávio Dino (PSB-MA), sem critério científico, classificou como resultado do “armamentismo irresponsável” durante o governo Bolsonaro.
A explicação para que quadrilhas sempre estejam armadas pesadamente pode estar nas fábricas instaladas em países vizinhos, que chegam às mãos de traficantes e milicianos por meio de contrabando ou com a facilitação de agentes públicos corruptos.
Em 2018, por exemplo, uma matéria do jornal Zero Hora apontou que 23% dos fuzis apreendidos pelas autoridades no Rio Grande do Sul eram do modelo AK-47. O “K” de sua nomenclatura vem de Kalashnikov – inventor do armamento originário na antiga União Soviética.
Segundo apuração da publicação, um AK-47 o valor estimado do equipamento há cinco anos era de R$ 50 mil e só poderia ser adquirido de forma ilegal. Ou seja: além de não estar disponível em lojas especializadas, não eram registrados na Polícia Federal. Confira o relato AQUI.
Armas ilegais têm sido apreendidas há anos no Rio de Janeiro
O AK-47 também foi um dos itens mais apreendidos no terminal de cargas do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro em 2017. Em apenas uma leva de 60 armas confiscadas pela Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos, metade era da marca soviética. O modelo do armamento foi encontrado dentro de aquecedores para piscinas, vindos de Miami, nos EUA. Confira a fonte AQUI.
Armas podem ser fabricadas na Venezuela de Maduro
Entre 2018 e 2021, a Venezuela se preparou para receber uma unidade de fabricação russa, Mikhail Kalashnikov. O empreendimento acabou paralisado em virtude da pandemia de covid-19.
Em 2022, entretanto, um porta-voz da ditadura de Nicolás Maduro confirmou que as obras estavam aceleradas, com previsão de inauguração para o segundo semestre (data não confirmada).
“Devemos reconhecer que isso teve alguns atrasos relacionados ao bloqueio econômico-financeiro imposto a nós pelo Governo dos Estados Unidos, mas continuamos a procurar soluções em conjunto, algumas dessas soluções já foram alcançadas, especialmente a financeira. A informação que posso transmitir a vocês é que esta fábrica deve ser concluída no segundo semestre de 2022”, afirmou Adair Chavez. Confira a história AQUI.
Antes mesmo dessa nova empreitada armamentista, há confirmação de que a Venezuela já produzia armas desenvolvidas na Rússia, o sucessor do AK-47, o fuzil AK-103. O armamento também é usado pelo Uruguai, o que reforça a possibilidade de contrabando em nossas fronteiras. Confira a história AQUI
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